Desde a última terça, especialista discutem sobre o destino da maior rede de varejo do mundo: Walmart. A varejista anunciou o fechamento de até 25 supermercados no país. Atrás de Pão de Açúcar e Carrefour, o grupo aposta em mudanças para tentar correr atrás do prejuízo.

Especialistas no setor divergem na hora de analisar o caso. “Ao que tudo indica, o número de lojas abertas foi maior do que a demanda do mercado”, afirma Claudio Felisoni, do Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar/Fia).
Já para Eugênio Foganholo, da Mixxer Consultoria, o fechamento de lojas é positivo ??? uma vez que estanca o prejuízo e permite novos investimentos. “Isso é da natureza do varejo”, explica o especialista.
Fechar: bom ou ruim?
Segundo Foganholo, é comum que grandes redes de varejo escolham pontos que, depois, se mostrem desinteressantes. Para ele, fechar a loja é obrigação nesses casos. “A rentabilidade da marca é mais importante que o tamanho”, explica.
Felisoni pensa diferente e considera que lojas fechadas são bom sinal para a concorrência. Para o analista do Provar, o Walmart não teve no Brasil tanto sucesso quanto no exterior com iniciativas como a campanha Preço Baixo Todo Dia. “Temos uma cultura de promoção muito forte”, defende ele.
Além disso, Felisoni afirma que fatores como a crise nos Estados Unidos podem estar levando a rede a ter um mau desempenho no Brasil. Entretanto, Foganholo não acredita nessa possibilidade e lembra que o Walmart pretende abrir 22 novas lojas no país.
“Varejo não é ciência: todos estão sujeitos ao erro”, afirma o diretor da Mixxer.
Números
Num ponto, os dois especialistas concordam: o fechamento de lojas não altera em nada a estratégia da rede de varejo para o país. Com 81,5 mil funcionários, o Walmart Brasil tem 560 lojas de nove bandeiras diferentes espalhadas por 19 unidades da federação.
Em 2012, a rede faturou mais de 25 bilhões de reais no país, que é o terceiro maior mercado da marca fora dos EUA – atrás de México e Canadá.
O Walmart fechou seu último balanço com lucro de 4 bilhões de dólares.
Da revista EXAME.