O deputado estadual Chico Sardelli (PV) foi eleito hoje vice-presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Detran na Assembleia Legislativa. Os membros da comissão escolheram também os deputados Caio França como presidente e Marco Vinholi como relator. A CPI foi criada para investigar fraudes ocorridas no do Departamento de Trânsito do Estado, com a suposta existência de uma máfia em esquema de emissão irregular de Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
As reuniões dessa comissão serão às quintas-feiras, às 11 horas. “São várias questões que precisam ser esclarecidas nesse trabalho da CPI, como CNHs falsas, multas apagadas do sistema, vendas de placas de veículos, radares escondidos nas rodovias. Teremos uma grande missão pela frente e esta comissão pode contar com todo meu empenho e ajuda para tentarmos esclarecer as dúvidas em relação às denúncias que envolvem o Detran”, comentou Sardelli.
A existência de uma quadrilha agindo dentro do Detran, na operação de emissões irregulares de carteiras de habilitação, inclusive com o envolvimento do jogador Malcom, do Corinthians, que a tinha adquirido em um prazo recorde de 20 dias, foi destaque na mídia, motivando a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito.
De acordo com o pedido de instalação da CPI, inicialmente descoberto nas cidades de Hortolândia, Jundiaí, Laranjal Paulista, São Caetano do Sul, São Vicente, Sumaré e Valinhos, o esquema pode estar sendo operado em diversas cidades do interior do Estado e especialmente na Capital. Calcula-se que já foram movimentadas quantias entre R$ 10 milhões e R$ 30 milhões com as vendas ilegais e cerca de 5 mil motoristas beneficiados com a fraude.
A cobrança pela emissão irregular da CNH variava entre R$ 2 mil e R$ 6 mil, dependendo da cidade onde o pedido era feito. Contudo, o que tornam mais graves as ações de fraude, é que interceptações telefônicas mostram a ligação do esquema com uma quadrilha de falsificadores que agem em presídios paulistas.