A área onde o Brasil é referência mundial

Política crítica,

A área onde o Brasil é referência mundial

3 de julho de 2016

O mundo contemporâneo é marcado por acentuadas diferenças em relação a qualquer outro momento na história da humanidade. A capacidade técnica acumulada permite que tenhamos estilo de vida com comodidades que anteriormente sequer poderiam ser facilmente imaginadas. Entre as coisas mais importantes que nos franqueiam essas vantagens está uma verdadeira revolução sanitária.

O século XX pode ser entendido como a grande marca da efetiva transição entre a sociedade feudal e a de hoje. Foi nele que se aperfeiçoaram os novos meios de transporte e de comunicação, sem os quais muito do que hoje é feito não seria executado. E a importância da revolução sanitária para que essa realidade fosse possível está marcada na história brasileira.
Pois foi em 1904, logo na abertura do século, que o povo brasileiro se insurgiu contra grande campanha de vacinação em massa, em manifestação que ficou conhecida como a Revolta da Vacina. Passando pela chamada República Velha, em que boa parte da população via com descrédito seus representantes políticos, o Brasil viu o contraste nítido entre dois mundos. Os benefícios da vacina foram negados porque a campanha provinha de um ato eminentemente político.
Antes do final do século, porém, a nação era outra. Tanto a política quanto a relação popular com a ciência amadureceram e entraram em harmonia. O Programa Nacional de Imunização foi estabelecido em 1973 com a adoção de diversas campanhas preventivas na saúde pública brasileira. Com isso, resultados notórios foram alcançados. A poliomielite, por exemplo, foi erradicada deste País em 1989.
Assim, o Brasil do século XXI tornou-se um dos países que mais oferecem vacinas gratuitas no mundo. Com programa muito abrangente, chegou à cobertura média de 95% dos calendários programados para crianças e para campanhas de vacinação. Neste ano, existem 14 vacinas oferecidas gratuitamente, perfazendo todas as recomendadas pela Organização Mundial da Saúde.
A racionalidade da imunização como política pública de saúde é notória. Combatendo as enfermidades antes mesmo de se instalarem no corpo, recursos são poupados com outros medicamentos, atendimentos profissionais e espaço físico de internações em hospitais. Nesses termos, o aumento dos gastos com vacinação nos cinco últimos anos ??? que passaram de 1,2 para 2,9 bilhões de reais por ano ??? representa, na realidade, economia aos cofres públicos.
Em suma, a importância política do tema é notória, seja por representar verdadeiro símbolo da transição para a modernidade em nossa história, seja pelo sucesso que caracteriza como política pública de saúde. Além disso, em razão da busca por imunização, as pessoas vivem mais e demandam de seus representantes políticos melhores condições para desfrutarem a vida com qualidade.
* O autor, Dr. Sinval Malheiros, é médico e deputado federal pelo PTN-SP

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3 de julho de 2016

O mundo contemporâneo é marcado por acentuadas diferenças em relação a qualquer outro momento na história da humanidade. A capacidade técnica acumulada permite que tenhamos estilo de vida com comodidades que anteriormente sequer poderiam ser facilmente imaginadas. Entre as coisas mais importantes que nos franqueiam essas vantagens está uma verdadeira revolução sanitária.

O século XX pode ser entendido como a grande marca da efetiva transição entre a sociedade feudal e a de hoje. Foi nele que se aperfeiçoaram os novos meios de transporte e de comunicação, sem os quais muito do que hoje é feito não seria executado. E a importância da revolução sanitária para que essa realidade fosse possível está marcada na história brasileira.
Pois foi em 1904, logo na abertura do século, que o povo brasileiro se insurgiu contra grande campanha de vacinação em massa, em manifestação que ficou conhecida como a Revolta da Vacina. Passando pela chamada República Velha, em que boa parte da população via com descrédito seus representantes políticos, o Brasil viu o contraste nítido entre dois mundos. Os benefícios da vacina foram negados porque a campanha provinha de um ato eminentemente político.
Antes do final do século, porém, a nação era outra. Tanto a política quanto a relação popular com a ciência amadureceram e entraram em harmonia. O Programa Nacional de Imunização foi estabelecido em 1973 com a adoção de diversas campanhas preventivas na saúde pública brasileira. Com isso, resultados notórios foram alcançados. A poliomielite, por exemplo, foi erradicada deste País em 1989.
Assim, o Brasil do século XXI tornou-se um dos países que mais oferecem vacinas gratuitas no mundo. Com programa muito abrangente, chegou à cobertura média de 95% dos calendários programados para crianças e para campanhas de vacinação. Neste ano, existem 14 vacinas oferecidas gratuitamente, perfazendo todas as recomendadas pela Organização Mundial da Saúde.
A racionalidade da imunização como política pública de saúde é notória. Combatendo as enfermidades antes mesmo de se instalarem no corpo, recursos são poupados com outros medicamentos, atendimentos profissionais e espaço físico de internações em hospitais. Nesses termos, o aumento dos gastos com vacinação nos cinco últimos anos ??? que passaram de 1,2 para 2,9 bilhões de reais por ano ??? representa, na realidade, economia aos cofres públicos.
Em suma, a importância política do tema é notória, seja por representar verdadeiro símbolo da transição para a modernidade em nossa história, seja pelo sucesso que caracteriza como política pública de saúde. Além disso, em razão da busca por imunização, as pessoas vivem mais e demandam de seus representantes políticos melhores condições para desfrutarem a vida com qualidade.
* O autor, Dr. Sinval Malheiros, é médico e deputado federal pelo PTN-SP

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