?? em um cenário de igualdade, aprendizado e amizade que os alunos surdos convivem nas escolas de Santa Bárbara d´Oeste. Na rede municipal de ensino, professoras intérpretes auxiliam os estudantes surdos na sala de aula, por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Saber conviver com as diferenças faz parte do dia a dia das escolas do Município.
Maurício, aluno surdo do 3º ano do Ensino Fundamental da EMEFEI (Escola Municipal de Ensino Fundamental e Educação Infantil) “Profª Terezinha de J. Soares Quinalha”, no Jardim Vista Alegre tem a companhia de uma intérprete desde o 1º ano. “Ele interage bem com os colegas de classe, todos adoram ele”, disse a professora intérprete Tatiane Bortolucci Cruz. “Além de inserir o aluno surdo no meio social, esse trabalho propicia o conhecimento de como ele percebe e conhece o mundo, com suas potencialidades psicoculturais próprias, que são diferentes do aluno ouvinte”, concluiu.
Marcelo, irmão de Mauricio, também é surdo e estuda no 5ª ano da mesma escola. A professora intérprete que o acompanha, Eleusa Moraes, se orgulha de sua autonomia. “Aqui ele também é professor, ensinando Libras aos colegas”, declarou.
O surdo aprende a linguagem de libras pela memorização, por meio de experiências visuais. O convívio social estimula a aquisição de vocabulários novos. “Trabalhamos com contação de histórias e jogos de memória para isso”, conta a especialista em Educação Especial e Libras, Paula Fernandes. Essas atividades são desenvolvidas na Sala de Recursos da EMEI (Escola Municipal de Educação Infantil) “Vanderlei Matarazzo”, no bairro ??ngelo Giubbina, que atende todos os alunos com deficiência auditiva e surdos da rede municipal de ensino. A Secretaria da Educação oferece transporte gratuito aos estudantes para o atendimento individual de uma hora por semana.
De acordo com a professora Paula, o surdo aprende a palavra completa e não a sílaba como na língua portuguesa. “Muitas vezes ele sabe o sinal de uma palavra, mas não sabe o significado. Por isso trabalhamos a interpretação, além da aquisição de vocabulário”, disse. Primeiro o surdo aprende a escrita dos sinais para depois se apropriar do português. “Há uma evolução muito grande hoje em dia, temos surdos formados em diversas profissões, como administradores e engenheiros”, concluiu.
“O trabalho com as crianças surdas possibilita um leque enorme de aprendizagem pois a convivência requer que todos se envolvam no processo de ensino desses alunos, sendo assim todos ensinam e aprendem”, comentou a secretária de Educação Tânia Mara da Silva.
Trinta e quatro profissionais de Educação que trabalham com estudantes surdos estão recebendo capacitação da Secretaria de Educação. Ministrado pela professora especialista Claudia Abreu, o curso de Libras promove o ensino de técnicas interpretativas do vocabulário básico para a melhor comunicação junto aos alunos. Os encontros começaram no dia 7 de março e segue até 9 de maio.