A missão do Chef Decor é revelar os melhores talentos gastronômicos, entre arquitetos e designers de interiores, respeitando suas influências e criatividade. Referências internacionais, obtidas por meio de viagens e pesquisas, aliadas às memórias afetivas da infância, compuseram os diferentes menus dos chefs e arquitetos Nelson Bergamo e Silvia Cabrino. As receitas dos dois competidores foram saboreadas por um corpo de jurados e seletos convidados, durante a Primeira Batalha do Chef Decor 2018, realizada na noite de segunda-feira (29/10), na cozinha da Trevisan Premium Store, em Campinas.

Os chefs da noite se inspiraram em sabores, aromas e cores para criarem seus menus e a decoração das mesas. Sem experiência profissional na cozinha, eles mostraram muita competência na execução dos seus menus, conseguindo concluir o desafio no tempo correto e com bom humor. “Começamos uma jornada ainda mais desafiadora: batalhas entre dois chefs e seus sous chefs, ao invés de jantares individuais. Estamos muito felizes com o resultado da primeira noite”, explicou o organizador e idealizador do evento, Lenine Faria. 
O corpo de júri avaliou cada um dos pratos e deu sua nota, levando em conta os critérios: tempo, técnica, visual/empratamento, sabor e harmonia entre os pratos. O resultado dos ganhadores das batalhas só será divulgado na grande final, quando os três finalistas vão cozinhar, ao vivo, em um evento com aproximadamente 200 convidados. 
Menu relembra picos andinos 
O chef Nelson Bergamo, primeiro a cozinhar na noite de segunda-feira, com a ajuda da sous chef Isabel Buosi, optou por uma culinária peruana, marcante e plural, que ressalta os sabores de ingredientes bastante usados nas civilizações incas. Trata-se de uma culinária simples, mas bastante em alta no mundo todo, e reconhecida pelo uso de temperos e pimentas. 
O Quinotto, escolhido por ele como prato principal, transformou a quinoa em um risoto, que foi acompanhada por camarões grelhados e shitake. “A receita que escolhi foi elaborada para a Infanta Cristina, da Espanha. A sobremesa relembra os picos andinos, com o uso da pêra”, explicou Nelson Bergamo, durante a defesa do seu menu para o júri e convidados. 
Pela diversidade e para respeitar a regionalidade do prato principal, com quinoa e componentes vegetais, o sommelier Pedro Bannitz, da importadora Decanter, escolheu, para harmonizar com o menu, o vinho Colomé Torrontés, de Salta (Argentina). “Por ser um prato andino, trouxemos uma uva de mesma origem, a Torrontés, que por seu corpo, mineralidade e exuberância de sabores e aroma, encaixou perfeitamente com a quinoa, o camarão e demais componentes aromáticos do prato.”, explicou.
A sobremesa escolhida pelo chef foi mais complexa de ingredientes, mas bastante suave: pêra, com um leve creme de mascarpone com queijo de cabra e calda de chocolate. Para acompanhar, o vinho escolhido foi José Maria da Fonseca, moscatel de Setúbal. “Queríamos algo que apresentasse peso e frescor ao mesmo tempo, por isso chegamos ao Moscatel de Setúbal, que possui ótima acidez para contrapor e enaltecer o sabor do mascarpone e da pêra, além de bom corpo e exuberância para interagir com o chocolate”, argumentou o especialista.
Para compor o visual, o chef escolheu objetos em prata para o arranjo de rosas nos centros de mesa, assim como os mini-vasos em vidro, explorando as cores róseas e o verde. Se contrapondo ao tom escuro da madeira, foi usado jogo americano em tecido cru e guardanapos em tom pastel. 
Prato homenageia tradicional “Gnocchi da Fortuna” do dia 29
A chef Silvia Cabrino trouxe, no conceito do seu cardápio, sua origem italiana. “Minha avó criava massas muito bem, mas essa não é uma receita exata, porque quando a gente cozinha, as receitas são sempre adaptadas às nossas experiências de gastronomia, nosso paladar e viagens que fazemos. Então diria que é uma receita ítalo-brasileira”, defendeu. 
O prato escolhido foi o Gnocchi de Semolina, com shimeji e alho poró, com coroa de camarões, em homenagem ao tradicional “gnocchi da fortuna”, tradicionalmente servido na Itália, no dia 29. Segundo a crença popular, quem come recebe sorte. A prática diz que se deve fazer um pedido e guardar por um mês a nota de dinheiro, que deve estar embaixo do prato. Silvia, seguindo à risca, presenteou os jurados com notas de dólar. 
Para harmonizar com o prato, o sommelier escolheu o vinho de Martino Legado Chardonnay, de Limarí (Chile) e justifica: “sempre que pensamos em gnocchi, nos remetemos ao peso, mas é conveniente ver os demais componentes que integram o prato. Por isso, escolhemos um Chardonnay barricado do vale do Limarí, que apresenta peso e, devido a sua alta mineralidade, trás ótimo frescor para interagir com o alho poró e os camarões”. 
A sobremesa de Silvia foi abacaxi e manga, flambados ao caramelo de anis, com sorvete de côco artesanal, feito por ela. A exuberância das frutas de polpa amarela foi acompanhada por um vinho de sobremesa Château Ramon, de Monzabillac (França). “O vinho Late Harvest tem por característica ser elegante e complexo. Como contém anis, optamos por um vinho botritizado, que geralmente apresenta um certo ranço, interagindo perfeitamente com a proposta, além de deixar a sobremesa mais leve e agradável por sua acidez natural”, explicou o sommelier.
A chef fez uma homenagem ao Brasil em sua decoração, com a paleta verde e amarela, trazendo um clima de mais esperança a todos nesse momento do país. “A escolha também remete um pouquinho à casa da minha avó, com ervas, chaleirinhas e flores colhidas no jardim para enfeitar”.
JuradosAlém dos jurados fixos do Chef Decor 2018, que são o chef e consultor técnico do evento, Emerson Donadon, o designer de interiores, Luís Roberto de Castro Rios e a organizadora de confrarias gastronômicas, Rosa Jannini, participaram do primeiro jantar, a chef decor 2017, Roseana Monteiro, e o jornalista convidado Jorge Marcelo Oliveira. Do segundo jantar, o júri rotativo foi a chef decor 2017, Letícia Telles, e o gerente de qualidade do Instituto Franco Brasileiro de Gastronomia (IFBG), Avila Wenceslau.
Sobre o Chef Decor CampinasO Chef Decor Campinas revelou, em sua primeira edição de 2017, talentos gastronômicos entre os profissionais de arquitetura e design de interiores. Os participantes enxergam no evento uma oportunidade de oferecer nova experiência aos convidados, além de um desafio pessoal. Entre os cinco concorrentes na disputa, o vencedor do ano passado foi o designer de interiores Michel Lebedka, premiado com troféu, curso de gastronomia e outros produtos. 
Os candidatos, nos dois anos, foram indicados pelos profissionais do setor, em uma pesquisa que envolveu cerca de 100 arquitetos, designers de interiores e empresários do setor, realizada pela Prosa Brand Content. Como regra, eles não possuem qualquer experiência profissional na área de gastronomia, assim como seus sous-chefs. 
Calendário e regrasO júri irá eleger um vencedor em cada noite de batalha. Cada uma terá dois jantares, compostos de menu com prato principal e sobremesa, para 20 pessoas, numa das lojas do setor, que serão as anfitriãs do Chef Decor. Todos os pratos serão harmonizados com vinhos selecionados por sommeliers da Decanter, de Campinas. Após as três batalhas, os finalistas serão escolhidos e vão cozinhar ao vivo na grande final, para os jurados, em um coquetel com aproximadamente 200 convidados. 
Agenda:
17/10 – Lançamento – Saccaro Campinas
29/10 – Primeira Batalha (2 jantares) – Trevisan Premium Store 
Chefs: Silvia Cabrino e Nelson Bergamo
05/11 – Segunda Batalha (2 jantares) – Portobello) 
Chefs: André Zazeri e Aldomar Caprini
12/11 – Terceira Batalha (2 jantares) – Romanzza 
Chefs: Mariana Oliva e Fernanda Antunes
28/11 – Grande final
* Os jantares das provas serão exclusivos para convidados, mas a cobertura é facultada aos jornalistas e influenciadores mediante agendamento necessário em função de limitações espaciais. A organização do Chef Decor divulgará imagens e informações após cada uma das etapas.