Tatiane Ramos sempre preparou a merenda para a filha Ana Julia comer no intervalo na escola onde estuda, localizada na zona leste da Capital. No início de 2016, ao perceber que os lanches chamavam a atenção dos coleguinhas de recreio, Ana Júlia sugeriu à mãe que começasse a produzir para vender. Desempregada na época, Tatiane entrou em contato com pais de crianças que estudavam com a filha para sondar o interesse em seu produto e começou a conquistar alguns clientes.
Em parceria com uma nutricionista, ela diversificou o cardápio e passou a produzir sanduíches naturais, bolos e sucos coloridos na cozinha de casa. Com a prospecção de novos clientes e colégios parceiros, o resultado apareceu rápido: em menos de seis meses Tatiane já atendia 120 famílias com filhos matriculados em escolas da região. Para ajudá-la na produção e entrega das merendas, contratou duas pessoas da terceira idade, com dificuldades de reinserção no mercado de trabalho. Nascia assim o Meu Lanchinho.
Estudante do segundo ano de Gestão de Negócios e Inovação da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Sebrae, na Capital, Tatiane aproveitou os conhecimentos adquiridos no curso superior tecnológico para desenvolver um projeto de reestruturação que desse conta do crescimento do negócio. “A empresa expandiu muito sem que eu ainda tivesse domínio de conceitos como finanças e marketing. Comecei a agregar o conteúdo das disciplinas ao meu cotidiano e vi que resultados começaram a aparecer”, explica Tatiane.
Com a ajuda da colega de curso Viviane Tenório, Tatiane está fazendo um plano de negócios para o segundo semestre que servirá para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e, principalmente, para a reestruturação da empresa. A partir de conceitos aprendidos na Fatec, a produção deixará de ser caseira e terá sede própria. Entre outras novidades, ela também espera contratar mais funcionários e criar uma identidade visual para a marca. Em 2020, o projeto prevê aplicativo e plataforma digital para contratação do serviço ??? hoje os pedidos são feitos por telefone.
O Meu Lanchinho conta com cerca de 800 famílias na fila de espera para receber as refeições a partir do segundo semestre, depois da reestruturação. “?? uma alimentação mais saudável do que aquela disponível nas cantinas, que normalmente têm muita fritura e produtos industrializados”, diz Denize de Oliveira, uma das clientes. Ela afirma que os lanchinhos fornecidos por Tatiane foram bem recebidos pelo filho autista, que tem muitas restrições alimentares. “Ele muito seletivo, tem coisas que não aceita. Quando gostou do Meu Lanchinho, foi um alívio”, explica a mãe.