Após receber uma denúncia anônima, a Vigilância Sanitária de Nova Odessa interditou na última sexta-feira (8) o Centro de Acolhimento ao Idoso El Shaday. Na instituição, que atendia 11 mulheres clandestinamente em uma casa no Centro da cidade, fiscais encontraram uma série de irregularidades, como alimentos vencidos, falta de higiene e uma idosa dormindo em um colchão no chão. Em setembro, a mesma casa de repouso, que funcionava em outro imóvel, havia sido fechada pela Vigilância, após decisão da juíza da 1ª Vara Judicial local, Juliana Brescansin Demarchi, que determinou o fechamento e a suspensão das atividades do estabelecimento a pedido do Ministério Público.
A primeira vistoria no imóvel, localizado na Rua Anchieta, ocorreu na quinta-feira passada (7). No espaço, uma residência sem qualquer tipo de adaptação para o atendimento aos idosos, os fiscais encontraram carnes com prazo de validade vencido, número insuficiente de funcionários para o acompanhamento dos clientes, ausência de prontuários, falta de receituários, inexistência de barreiras para a garantia da segurança, além de uma série de inconformidades em portas, janelas e outros pontos do imóvel.
“Quando entramos na casa, constatamos que havia 11 idosas e apenas nove camas; uma delas dormia no chão”, relatou Priscila Peterlevitz, diretora da Vigilância em Saúde do município, órgão vinculado à Secretaria de Saúde e responsável pelas vigilâncias Sanitária, Epidemiológica e pelo setor de Zoonoses. Segundo ela, também foram localizados medicamentos fracionados indevidamente, alimentos acondicionados de forma irregular, falta de higiene e obstáculos que colocavam a integridade dos idosos em risco.
Diante das irregularidades, o centro de acolhimento foi autuado e totalmente interditado pela Vigilância Sanitária, que deu prazo de 48 horas para que as idosas fossem reintegrados a suas famílias e uma relação com nome e endereço de cada uma. A vistoria final do imóvel desocupado foi realizada pelo órgão municipal na tarde desta quinta-feira (14) e acompanhada pelo advogado que representa a empresa, Marlon Bartolomei.
Priscila Peterlevitz lembrou que a Vigilância Sanitária já havia vistoriado o centro de repouso no início do ano, no bairro Santa Luiza, e constatado cerca de 50 irregularidades, entre elas número insuficiente de funcionários ??? 21 idosos, a maioria portadores de Alzheimer ??? e problemas de higiene e infraestrutura.
“Esse centro de acolhimento vem sendo autuado pela Prefeitura desde 2017, por falta de alvará sanitário, ausência de laudo técnico de avaliação, instalações físicas inadequadas, entre muitas outras irregularidades. O que eles fizeram agora? Deixaram o imóvel onde operavam irregularmente e transferiram as atividades para essa casa, no Centro da cidade. Ou seja, descumpriram a ordem judicial”, afirmou a diretora da Vigilância em Saúde.
Para o secretário de Saúde, Vanderlei Cocato, o caso serve de alerta para quem busca instituições para cuidar de familiares. “Antes de contratar os serviços de uma clínica, recomendamos que a pessoa verifique se tem alvará, se atende às normas sanitárias, à legislação e se tem número adequado de profissionais para atendimento”, reforçou Cocato.