(Reuters) – O presidente do Chile, Sebastián Piñera, demitiu neste sábado o ministro da Saúde, Jaime Mañalich, depois de duras críticas ao enfrentamento da pandemia de coronavírus no país e em maio a uma polêmica sobre os registros de mortes provocadas pela Covid-19.
Nos últimos dias, o Chile viu surgir uma série de questionamentos sobre mudanças na metodologia para registrar as vítimas fatais da doença provocada pelo novo coronavírus.
O conservador Piñera nomeou o médico Oscar Enrique Paris como substituto no comando do Ministério da Saúde, no momento em que os contágios pelo vírus crescem de maneira sustentada no Chile.
“Você assume a liderança do Ministério da Saúde em tempos muito difíceis e de muitas adversidades. Sua primeira missão será liderar a luta contra o coronavírus”, disse o presidente, na posse de Paris.
Piñera, além disso, agradeceu ao “compromisso e entrega total” de Mañalich, que era criticado também pelo seu temperamento e alguns comentários controversos.
O Chile somava até sábado 167.355 casos confirmados e 3.101 mortes pela Covid-19, com a mais alta taxas de casos por 1 milhão de habitantes na América Latina, segundo dados compilados pela Reuters.
O site de investigação Ciper Chile disse, no sábado, que as mortes relacionadas ao coronavírus relatadas pelo governo à Organização Mundial de Saúde (OMS) são maiores do que as divulgadas em seus relatórios diários.
Paris “encara o imenso desafio de mudar profundamente a estratégia sanitária para uma de colaboração, transparência e com medidas concretas para cortar a cadeia de transmissão”, disse, no Twitter, a presidente do Colégio Médico, Izkia Siches.