Antes de se licenciar para comandar a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, o vereador professor Adriano Lucas Alves (PSDB) denunciou na sessão de segunda-feira (18/2) uma possível desconformidade entre o edital e o serviço efetivamente realizado por empresa contratada para a duplicação da rodovia Arnaldo Júlio Mauerberg. Foi aprovado requerimento solicitando informações do DER (Departamento de Estradas de Rodagem) e da Prefeitura sobre o assunto.
A duplicação inclui 5,5 quilômetros de extensão da estrada que liga Nova Odessa à Rodovia Anhanguera. “?? uma importante obra para o Município e que estamos acompanhando atentamente a sua execução”, explica o professor Adriano. Conforme ele detalha, o edital exige que a ‘sub-base’ ou ‘base brita graduada simples preliminar’, também conhecida como “BGS usinado”, seja realizada mediante a homogeneização da mistura em usina devidamente calibrada.
No entanto, o parlamentar verificou no local que a mistura está sendo realizada no canteiro de obras, com pá carregadeira. “Segundo informações prestadas por profissionais da área, a exigência é necessária, uma vez que o BGS usinado tem granumetria uniforme do material e umidade exata, circunstâncias que resultam em uma boa compactação, gerando um pavimento de boa qualidade”, descreve.
Já o BGS misturado com pá carregadora, que está sendo utilizado em parte da obra, possui uma granumetria não uniforme do material e umidade inexata, gerando problemas na compactação que futuramente causará problemas no pavimento. De acordo com o professor Adriano, não há diferença visível do asfalto, mas em um prazo de cinco anos – tempo de garantia da obra – a pavimentação realizada com o BGS misturado (e não o usinado) precisará de inúmeros reparos.
O vereador agora licenciado lembra que a Lei de Licitações determina que o contratado é obrigado a “reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir”, no total ou em parte, o objeto do contrato. “A empresa que venceu a licitação não está fazendo a obra de duplicação da rodovia Arnaldo Mauerberg de acordo com o preconizado no edital”, reforça Adriano. O temor é que o material empregado permita infiltração de água e, portanto, uma durabilidade menor do asfalto. “Pode trazer um passivo muito grande ao Município para o futuro”, finaliza.