Uma multidão simpatizantes do candidato chavista à Presidência venezuelana, Nicolás Maduro, ocupou quilômetros de avenidas no centro de Caracas para o encerramento da corrida presidencial que elegerá o primeiro líder do país na era pós-Chávez, no próximo domingo (14).
Toques de bom humor colaboraram para desanuviar um pouco da tensão após dez dias de uma campanha de acusações protagonizada por Maduro e pelo candidato da oposição, Henrique Capriles, que também reuniu uma multidão em um ato na cidade de Barquisimeto, no Oeste do país, na quinta-feira.
Por volta das 18h30, o astro argentino de futebol Diego Maradona, cabo eleitoral notório de Chávez, subiu ao palco principal do evento, acenando aos presentes com lágrimas nos olhos e respondendo aos gritos de “yes! yes! yes! yes!”, um dos bordões chavistas.
Pouco depois, sob a cantiga de “Chávez, te juro, voto por Maduro”, o candidato oficialista apareceu, ao lado do irmão de Chávez, Adán, governador do seu estado natal de Barinas. “Viva Chávez!”, disse Maduro, abrindo o seu último discurso de campanha, enquanto a multidão cantava “Chávez vive, a luta sigue!” “Quem resgatou esta pátria?”, perguntava Maduro, ao que os seus seguidores respondiam, “Chávez!”. Depois, um telão atrás do candidato passou a exibir o próprio Chávez cantando o hino nacional venezuelano.
CARREATA CAPRILES – Por volta da mesma hora, início da noite, uma caudalosa carreata em favor de Henrique Capriles cruzava os afluentes bairros da região leste de Caracas, realizando um buzinaço que se estendeu por mais de uma hora. Foi uma das 312 caravanas que a oposição organizou em todo o país para marcar o encerramento da campanha de Capriles.
O principal evento da campanha de Capriles – transmitido ao vivo pelas TVs privadas – foi na capital do estado de Lara, um dos três estados governados pela oposição entre os 23 em que se divide o país. “Venho aqui com um mensagem de profundo respeito a todos os venezuelanos, a todo nosso povo. Eu quero ser presidente não de um grupo, mas de todas as venezuelanas e venezuelanos”, disse Capriles. Em seu discurso, ele aludiu a “muitos obstáculos” que teve de vencer durante a campanha, voltando a acusar o governo de usar a máquina estatal.
Capriles dirigiu seu discurso, simbolicamente, aos pobres, às mães de família, aos presos e aos policiais; aos que chamou, enfim, dos “que se encontram privados de liberdade”.
Fonte: BBC Brasil