Entre as iniciativas tecnológicas de combate à poluição do meio ambiente, que coloca o Brasil entre os quatro maiores países geradores do lixo de todo o planeta, uma nova solução começa a ser adotada neste mês no interior de São Paulo. Embalagens plásticas de alimentos que teriam descarte agora serão usadas na camada asfáltica de pavimento de um dos corredores logísticos mais estratégicos para a economia paulista, a SP 310 – Rodovia Washington Luís, na região Central.

A aplicação desta tecnologia acontece nesta quinta-feira, 28, e compreende o segmento de trecho da pista em Rio Claro, do quilômetro 170+650 ao 171+650, no sentido São Carlos (capital-interior). Trazida da Holanda pela Eixo SP, empresa que administra 1,2 mil quilômetros de rodovias que passam por 62 cidades com forte demanda do tráfego rodoviário para escoamento da produção do agronegócio e da indústria, a tecnologia recebeu adaptações para as condições climáticas, ambientais e de carga dos veículos do Brasil.

“Para se ter ideia da dimensão do impacto positivo ao meio ambiente, somente neste um quilômetro de teste, serão utilizadas aproximadamente 200 mil embalagens plásticas. Se esta tecnologia fosse utilizada em todas as rodovias asfaltadas do Brasil, mais de 80 bilhões embalagens plásticas de alimentos poderiam ser eliminadas do meio ambiente” afirma Assis Villela, gerente de pavimentação da Eixo SP e um dos idealizadores da pesquisa.

Etapas de produção do Asfalto com Plástico

Nas Cooperativas de Reciclagem de Lixo parceiras do projeto, o plástico passa por uma seleção. Para o resultado esperado, a Eixo SP estudou vários tipos de plástico que ofereceram resultados satisfatórios na composição do pavimento durante testes em laboratório realizados por mais de um ano. Para o resultado esperado, a Eixo SP estudou vários tipos de plástico encontrados nas Cooperativas parceiras. Foi mais de um ano de estudos e de testes de laboratórios, até encontrar a solução com embalagens plásticas de alimentos.

Essas embalagens plásticas de alimentos são moídas e passam por um tanque de lavagem para eliminar qualquer contaminação. Depois, são aglutinadas até serem transformadas em uma massa plástica, que toma formato de pequenos grãos de plástico do tamanho de uma ervilha. Na usina de asfalto, esses grãos de plásticos são misturados com pedras dentro de um grande tambor aquecido a altas temperaturas, até atingirem a consistência ideal.

Após todas essas etapas e com todos os controles e testes laboratoriais relizados, o Asfalto com Plástico está pronto para ir à obra e ser executado na rodovia.

Logística Reversa

O Asfalto com Plástico na Eixo SP será executado e submetido a novos testes de laboratório e em pista nos próximos dias. Os parâmetros encontrados nos testes indicarão sua qualidade em relação ao pavimento executado com o asfalto comum. “A Eixo SP busca alternativas sustentáveis em sua operação e esta alternativa é um ganho para o meio ambiente e a geração de emprego e renda, por meio da demanda aquecida do plástico que passa a ser adquirido das cooperativas parceiras”, acrescenta Assis.

Ampliar o uso da tecnologia nas outras três frentes regionais de trabalho – hoje as equipes de manutenção são dividias em Itirapina, São Pedro, Marília e Martinópolis -, vai estimular o uso do material reciclável de outras cooperativas especializadas na coleta seletiva dos municípios, contribuindo com a geração de trabalho e renda por meio da logística reversa.

Sustentabilidade

A Eixo SP é uma empresa que tem adotado os conceitos da Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG). Entre as políticas estabelecidas na gestão da maior extensão rodoviária sob concessão do país, estão projetos de uso de energia limpa.

“A economia verde já é uma realidade nas operações da Eixo SP, que em dois anos de atividade já insere mais uma inovação, desta vez, nas obras de pavimento. Ao mesmo tempo, a Concessionária utiliza veículos elétricos nas operações de balança móvel e suas instalações são alimentadas por energia fotovoltaica.  A empresa caminha com responsabilidade ambiental e tecnologia, conceitos para que a Concessão seja autossustentável e cause impacto mínimo ao meio ambiente”, conclui Sergio Santillan, diretor-presidente da Eixo SP.