O contexto de plano de carreira e “vaga dos sonhos” passou a ser parte da nossa sociedade muito recente, se pararmos para pensar nossos avôs estavam há pouco tempo atrás mais preocupados com guerras, golpes militares, revoluções e conflitos políticos e econômicos que com qual o próximo cargo e salário alcançar em sua vida. A ideia de um plano de carreira e uma trilha de sucesso move as universidades, cursos de especializações e o corporativismo, assim como nós mortais que aguardamos a nova geração millenium “desprendida” de modus operandi começarem a pagar os impostos e tomarem as cadeiras das grandes empresas.

 

Mas, existe um momento dentro das empresas que os seus cursos, especializações e experiências não parecem suficientes para justificar uma promoção. Você entrega resultados, números, têm um bom relacionamento com a equipe e o seu chefe, mas ninguém sabe dizer o porquê você não consegue a tão sonhada promoção.

 

Independentemente do tamanho da empresa, grande ou pequena existe uma falácia que apenas suas competências e habilidades com uma pitada de resiliência (e outras frases motivacionais promocionais do RH) é a grande chave do sucesso para você alcançar o topo da montanha corporativa. Porém, em muitas empresas que passei e experiências que vejo amigos e colegas de trabalho passarem é que sempre a vaga pretendida acaba sendo preenchida com uma conexão de relacionamentos preciosa que vence qualquer outra habilidade.

 

Ser e estar na instituição mais cara e referência de ensino, onde provavelmente o programa do governo não chega, a extensão de curso internacional, ou o intercâmbio nas férias de verão são fundamentais para esse networking. Mas, como chegar lá?

 

Mais do que competência e sonhos muitos profissionais têm paixão pelo que fazem e o empreendedorismo vem como uma alternativa de galgar um sucesso paralelo para quem descobriu que chegar lá é um pouco mais complicado, na medida em que de acordo com inúmeras definições, empreender é usar o tempo e as suas melhores competências técnicas e comportamentais (soft skills) com autonomia para criar valor, assumindo riscos e aceitando desafios. Empreender pode ser uma ação de uma ou mais pessoas que possuam esse perfil. Ter competências para colocar no ar um negócio, não significa ter todas as competências, mas se cercar de pessoas, processos e tecnologia para desenvolver o negócio.

 

Para o empreendedor, a iniciativa é fundamental, bem como, a curiosidade e a predisposição para assumir riscos calculados. O desafio está na alma do empreendedor e na certeza de não ficar na dependência de quem indicou para conseguir o cargo dos sonhos.

 

 

*Thiare Sá é especialista em inteligência competitiva e inovação em marketing, administração, negócios e marketing e sócia fundadora da Thiare Sá Comunicação e Marketing