(Reuters) – Os dribles, gols e jogadas irreverentes da época de Santos, que chamaram a atenção do Barcelona para a contratação de Neymar, dificilmente vão se repetir na seleção brasileira, de acordo com o próprio atacante, a principal estrela do Brasil na Copa das Confederações. “Claro que não tem como ser o que eu era no Santos aqui na seleção brasileira”, admitiu o camisa 10 do Brasil em entrevista coletiva nesta quinta-feira em Brasília.
Segundo o atacante, no Santos todos o conheciam, havia um entrosamento que ainda não acontece na seleção brasileira. “No Santos, qualquer movimento que eu fazia eu recebia a bola; aqui nós queremos achar um time e uma forma de jogar. A partir daí, a qualidade de cada um vai aparecer naturalmente”, explicou.
Nos últimos jogos do Brasil, Neymar teve atuações irregulares, que renderam mais críticas e cobranças sobre o jogador. Um pouco mais distante do gol, ele tem feito movimentações para abrir espaços para companheiros de frente, e não marca um gol há quase 900 minutos. “Isso não me atrapalha nem me incomoda em nada”, disse Neymar, que pelo Santos foi artilheiro várias vezes e destaque na conquista do tricampeonato paulista e no título da Libertadores de 2011.
Neymar negou especulações de que um problema no joelho estaria atrapalhando o seu rendimento na seleção e o impedindo de ser o jogador da época de Santos. “O que estão falando e o que está saindo não tem nada a ver. Estou bem para jogar e à disposição do treinador”, garantiu. “Não fiquei de fora de nenhum treino e nenhum jogo. Nenhum jogador joga 100 por cento. Todos têm dor.”
Sobre a pressão de ter que comandar o Brasil na campanha da Copa das Confederações, Neymar afirmou que faz parte de um grupo e que a responsabilidade de ajudar o Brasil é de todos. 
O Brasil estreia no sábado contra o Japão, e depois enfrenta México e Itália, pelo mesmo grupo. A outra chave tem Taiti, Nigéria, Uruguai e Espanha, atual campeã mundial. “A Espanha é uma grande seleção, tem jogadores fora de série e uma das favoritas nessa competição”, afirmou o atacante, que poderá enfrentar futuros colegas de Barcelona numa eventual segunda fase. “Será um prazer e um grande sonho jogar (contra a Espanha). Vou fazer de tudo para vencer caso ocorra um confronto”, acrescentou.