O rock não poderia ficar de fora das ações contempladas da Lei “Paulo Gustavo” em Santa Bárbara d’Oeste. Buscando resgatar a história da cena na cidade, o documentário “Rock no seu interior” já está em produção. Pela categoria de média metragem, o barbarense Fabrizio Racaneli dirigirá a obra especialmente aos amantes do gênero musical rock ‘n’ roll moradores em Santa Bárbara d’Oeste e região, que viveram o auge do movimento nas décadas de 1980 e 1990 e seguem acompanhando a sua evolução.
Segundo a apresentação do projeto, o gênero acompanha a história e a vida cultural dos barbarenses, seja por meio do surgimento de espaços, pela dedicação e aperfeiçoamento dos artistas ou pela promoção de eventos que se tornaram referência na região nos últimos anos com a realização do Santa Bárbara Rock Fest.
Racaneli comentou que a relação do rock com a vida dos barbarenses vai além de acontecimentos populares e recentes e, para contar essa história, é necessário revisitar a relação da população com a música, festas e bailes, antes do surgimento das primeiras bandas e do movimento que se espalhou pelo Brasil a partir da década de 1980.
“Além de gostar de rock, comecei a notar que algumas pessoas foram embora, nos deixaram e ficou um legado. O propósito é de preservar a memória das pessoas e fazer esse registro a fim de que isso fique realmente guardado, de alguma maneira que possa ser sempre revisitado e que as pessoas possam ser lembradas”, explicou.
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De Rita Lee a Raul Seixas, do Bar Hitchcock ao Santa Bárbara Rock Fest, o filme contará a relação mais intrínseca do rock com a cidade, considerando o fato de que a Rita Lee possui uma relação parental com Santa Bárbara, os shows de Raul Seixas e do Titãs em solo barbarense, além do episódio do cantor Roberto Carlos que quebrou seu “Volkswagen Karmann-ghia” em uma avenida da cidade.
“Todas essas histórias serão contadas e finalizaremos no Rock Fest, como ele começou e onde chegou e como hoje Santa Bárbara é. Uma referência para os músicos, uma referência para quem gosta de rock e uma referência por ter hoje um dos principais festivais de rock do interior”, comentou o diretor. “Acredito que o sucesso do Santa Bárbara Rock Fest está muito ligado a esse histórico que a cidade tem e a essa construção que os músicos fizeram ao longo dos anos”, complementou.
Acessível para a comunidade surda, o documentário terá aproximadamente 60 minutos e poderá ser dividido em 6 capítulos de 10 minutos cada, com os títulos provisórios: “A cultura da cidade e o gosto pelo rock a partir dos anos 80”, “O som das garagens nos anos 90”, “Grandes shows que fizeram história”, “As novas bandas e o movimento no novo milênio”, “O rock na programação dos eventos públicos” e “Santa Bárbara Rock Fest”.
O material será exibido em canais de interesse público às vésperas da realização do Santa Bárbara Rock Fest, especialmente em sessões gratuitas em locais públicos e acessíveis, como o Teatro Municipal “Manoel Lyra”, Anfiteatro Municipal “Detinha Dagnoni”, Museu da Imigração e CEU das Artes, além de streaming para acesso público e disponibilização para o acervo do Centro de Memórias e para outras instituições que trabalham para a preservação da memória do Município e também da música.
Convite
Neste sábado (23) a produção do videodocumentário convida as pessoas envolvidas com a história do rock na cidade para uma rodada de entrevistas, das 13 às 17 horas, no Teatro Municipal “Manoel Lyra”, na Rua João XXIII, 61, no Centro.
O diretor
Fabrizio Racaneli atua profissionalmente com Comunicação desde 1996. Trabalhou na TV Cultura de Santa Bárbara entre 1998 e 2009. É publicitário e jornalista na função de Repórter Cinematográfico, especialista em Gestão da Comunicação e mestre em Educação. Desenvolveu diversos projetos no campo do audiovisual como aluno do Departamento de Multimeios da Unicamp e é um dos fundadores da ONG Cineclube Estação. É professor do curso de Publicidade e Propaganda do Centro Unisal e diretor da Grafike Impressões. Como documentarista tem em seu currículo a produção de obras voltadas para a preservação da memória da cidade de Santa Bárbara, como os documentários “Nos Tempos da Usina” e “Ó Abre Alas: memória dos carnavais barbarenses”.
Lei “Paulo Gustavo”
Nos três editais da Lei “Paulo Gustavo”, Santa Bárbara d’Oeste segue com a execução de 28 projetos, de 20 trabalhadores de cultura. O Município recebeu da Lei o total de R$ 1.610.508,12 para a viabilização dos projetos. Até o momento o valor total repassado para projetos é de R$ 973,3 mil, sendo R$ 540 mil para projetos audiovisuais e R$ 433,3 mil do edital de demais áreas, incluindo a reforma do CEU das Artes, no valor de R$ 193,7 mil. Para o saldo restante, a execução pelos Municípios dos recursos recebidos pela Lei Paulo Gustavo foram prorrogados até dezembro de 2024.
Mecanismo do Governo Federal é criada para incentivar a cultura e garantir ações emergenciais, a Lei “Paulo Gustavo” é uma forma de atenuar os efeitos econômicos e sociais da pandemia da Covid-19. A pandemia impactou significativamente o setor cultural nos últimos dois anos, sendo um dos últimos a retomarem as atividades. Seu nome é homenagem ao ator que morreu de Covid-19 em maio de 2021, aos 42 anos.
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