Técnica inovadora de migração de fístula enteroatmosférica, desenvolvida pelo cirurgião
Prof. Dr. Bruno Pereira, do Grupo Surgical, em Campinas, está ganhando destaque em diversos lugares do Brasil e do mundo. O método tem sido apresentado em diferentes eventos nacionais e internacionais, buscando solucionar os desafios no tratamento de fístulas entéricas, uma complicação séria que afeta pacientes submetidos a cirurgias abdominais.
No Rio de Janeiro, em abril, e com futuras apresentações marcadas na Flórida, nos Estados Unidos, e em Londres, na Inglaterra, Pereira está compartilhando sua abordagem inovadora para lidar com essa condição complexa.
“As fístulas entéricas, que são aberturas anormais que se formam entre o intestino e a pele ou outros órgãos, representam um desafio significativo para os cirurgiões, mesmo os mais experientes. Elas podem ocorrer como resultado de complicações após cirurgias abdominais ou como parte de outras condições médicas graves”, explica o médico.
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De acordo com ele, a técnica de abdômen aberto é frequentemente usada em situações de risco de morte, mas manter o abdômen aberto expõe os pacientes a vários riscos, incluindo o desenvolvimento de fístulas entéricas. “Para lidar com esse problema, métodos como a terapia de ferida por pressão negativa têm sido empregados, mas ainda há desafios a serem superados”, comenta.
Pereira estudou e realizou duas novas alternativas para gerenciar o abdômen complexo com fístula enteroatmosférica. “A primeira é a técnica do “donut”, que isola a fístula enquanto permite o trabalho na fáscia abdominal, facilitando o fechamento do abdômen. Em um caso específico apresentado em um artigo que publicamos, essa técnica permitiu o fechamento do abdômen em apenas 12 dias, controlando a fístula e migrando-a para fora da linha média do abdômen”, diz, referindo-se ao caso de uma paciente submetia a bypass gástrico complexo que apresentou aderências intestinais graves.
Outra alternativa é o uso não convencional do dispositivo Flexi-Seal para desviar os efluentes entéricos longe da pele em casos de abdômen aberto com fístula enteroatmosférica. Embora essa abordagem não tenha sido amplamente estudada, resultados preliminares mostram sucesso em alguns pacientes.
Essas novas técnicas representam avanços significativos no tratamento das fístulas entéricas e oferecem esperança para pacientes que enfrentam essa complicação desafiadora. “Compartilhar conhecimento e experiência em eventos internacionais é crucial para disseminar essas inovações e melhorar os resultados para os pacientes em todo o mundo. Além disso, para nós, é motivo de orgulho apresentar a profissionais de diversas partes do mundo a medicina que praticamos no Brasil”, destaca.
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