Nesta segunda-feira, 16, a Amazon enviou aos funcionários um memorando enviado que põe fim ao home office, a medida foi anunciada pelo CEO da empresa Andy Jassy que pede que funcionários retornem presencialmente aos escritórios até janeiro de 2025.

No mesmo movimento, Google, Disney, AT&T e até o Zoom, empresa de plataformas de videoconferência, já pediram para que seus funcionários retornem para os escritórios mais de três dias na semana. A maior parte dessas companhias afirma que o regime presencial pode aumentar a produtividade e a eficácia do trabalho dos funcionários.

Claudia Abdul Ahad fala da mudança a partir da Amazon

Amazon e gigantes determinam o fim do home office
A advogada trabalhista e Sócia do escritório Securato e Abdul Ahad Advogados
“O recente movimento da Amazon, e da Dell, que condiciona promoções ao retorno presencial, evidencia um descompasso crescente entre empresas e empregados. 
O retorno massivo ao escritório parece ignorar as transformações profundas nas dinâmicas de trabalho e vida pessoal dos colaboradores. 
Após a pandemia, o trabalho remoto não só provou ser viável, como redefiniu expectativas e rotinas. Insistir no retorno presencial sem uma negociação equilibrada ignora essa transformação e pode prejudicar a retenção de talentos.
Do ponto de vista da legislação brasileira, o regime de trabalho presencial ou remoto ainda precisa de atualização. Embora a legislação permita o home office, a empresa pode, em tese, exigir o retorno ao trabalho 100% presencial, desde que esse regime esteja claro no contrato de trabalho. 
 O grande ponto aqui não é apenas legal, mas estratégico. O futuro do trabalho exige uma nova mentalidade.
A imposição pura e simples do retorno ao presencial, sem uma regulação clara ou acordos mais flexíveis, pode alienar talentos e criar um ambiente de trabalho insatisfatório.
O foco não deve ser apenas em onde o trabalho acontece, mas em como podemos criar modelos que conciliem produtividade e satisfação do colaborador. Aprender a navegar esse novo cenário, equalizando interesses, é o verdadeiro desafio – e oportunidade – do futuro do mercado de trabalho.”