Com a proximidade do fim do ano, muitos trabalhadores já contam os dias para receber o tão aguardado 13º salário. A primeira parcela deve ser paga até 30 de novembro, e a segunda até 20 de dezembro, conforme determina a legislação.

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Mas, além de representar um alívio no orçamento, o benefício pode se tornar um importante aliado da saúde financeira — desde que seja bem administrado.

O 13º salário, também conhecido como gratificação natalina,

é um direito trabalhista garantido a todos os empregados formais no Brasil. Ele foi instituído pela Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, durante o governo de João Goulart, e regulamentado posteriormente pelo Decreto nº 57.155/1965. O benefício consiste no pagamento de um salário extra ao trabalhador, proporcional ao tempo de serviço no ano, e tem como objetivo oferecer um reforço financeiro no final do ano, período em que tradicionalmente há aumento nas despesas das famílias.

De acordo com o professor e coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP)Ahmed El Khatib, o uso consciente do 13º começa com o diagnóstico da situação financeira pessoal.”Quem tem dívidas deve priorizar o pagamento, especialmente aquelas com juros mais altos, como cartão de crédito, cheque especial ou empréstimos consignados. Essa é a melhor forma de reduzir o impacto dos juros e recuperar o equilíbrio financeiro”, recomenda o professor.

Para quem está com as contas em dia, o 13º pode servir a outros propósitos igualmente estratégicos.”O ideal é destinar o valor para uma reserva de emergência, planejar as férias ou aproveitar compras de fim de ano à vista e com desconto. O importante é evitar o gasto por impulso e usar o dinheiro de forma planejada”, acrescenta Ahmed.

O docente também reforça que o benefício é um direito de todos os trabalhadores com carteira assinada, além de trabalhadores domésticos registrados, rurais, urbanos, aposentados e pensionistas do INSS. Já autônomos e profissionais informais não têm direito ao pagamento.O cálculo do valor é simples: o salário bruto é dividido por 12 e multiplicado pelo número de meses trabalhados no ano. Quem trabalhou o ano todo recebe o valor integral; quem entrou depois recebe de forma proporcional.
“Na primeira parcela, não há descontos. Já na segunda, incidem INSS e Imposto de Renda, quando aplicável”, explica Ahmed. “Algumas empresas também permitem antecipar o pagamento durante as férias, caso o funcionário solicite entre janeiro e junho.”

Com planejamento, o 13º pode ir muito além das compras de fim de ano — pode ser o ponto de partida para uma vida financeira mais equilibrada.”Usar o 13º de forma inteligente é uma forma de começar o próximo ano com menos dívidas e mais tranquilidade financeira”, conclui o professor da FECAP.
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O especialista: Ahmed Sameer El Khatib é doutor em Administração de Empresas, Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC/SP e graduado em Ciências Contábeis pela USP. Concluiu seu estágio pós-doutoral em Contabilidade na Universidade de São Paulo. É professor e coordenador do Instituto de Finanças da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) e professor adjunto de finanças da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).


Sobre a FECAP

A Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) é referência nacional em Educação na área de negócios desde 1902. A Instituição proporciona formação de alta qualidade no Ensino Médio (técnico, pleno e bilíngue), Graduação, Pós-graduação, MBA, Mestrado, Extensão e cursos corporativos e livres. Diversos indicadores de desempenho comprovam a qualidade do ensino da FECAP: nota 5 (máxima) no ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) e no Guia da Faculdade Estadão Quero Educação 2021, e o reconhecimento como melhor centro universitário do Estado de São Paulo segundo o Índice Geral de Cursos (IGC), do Ministério da Educação. Em âmbito nacional, considerando todos os tipos de Instituição de Ensino Superior do País, a FECAP está entre as 5,7% IES cadastradas no MEC com nota máxima.

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