Tradicional aliado do PT, o PCdoB ameaça abandonar a campanha de Alexandre Padilha (PT) caso não consiga espaço na chapa majoritária ao governo de São Paulo. Os comunistas querem a vice ou a primeira suplência ao Senado. Os postos, no entanto, são negociados com dois outros partidos, PR e PSD. A rebelião do PCdoB foi discutida em reunião da executiva paulista do partido na quinta-feira (19). Segundo relatos, alguns integrantes defenderam que, se não forem atendidos, o caminho natural será a discussão de uma aliança com o PMDB, que tem na corrida ao Palácio dos Bandeirantes o em­presário Paulo Skaf.
A menos de dez dias do fim do prazo para a composição de alianças, Padilha reúne o apoio oficial do PC do B e do PP, do deputado Paulo Maluf. A campanha petista foi avisada de que o PR formalizará a união na próxima semana.Para atrair a legenda, o PT ofereceu a vaga de vice ou a suplência na campanha de reeleição do senador Eduardo Suplicy. O PR escolheu a segunda alternativa e indicará o presidente estadual da sigla, Tadeu Candelária, para o posto. A medida irritou dirigentes do PCdoB.
Para marcar posição, o partido boicotou a convenção que oficializou Padilha candidato ao governo, no último fim de semana. Os comunistas alegam que ouviram do próprio Suplicy a oferta da primeira suplência para Jamil Murad, mas as tratativas não foram levadas adiante pela cúpula petista. O comando do PT paulista avalia como poucas as chances de incluir um nome do PCdoB na chapa de Padilha.
A preferência pelo PR se justifica, entre outros fatores, pelo tempo de TV. Os comunistas podem oferecer a Padilha 27 segundos na propaganda eleitoral, enquanto o PR garante 1 minuto e 16 segundos.