O uso corporativo de cartões pré-pagos começa a se tornar mais popular no Brasil. Com a Copa do Mundo, cresceu o número de empresas que optou por esta modalidade para o pagamento de terceiros temporários. Sondagens do GSPP-Grupo Setorial de Pré-Pagos com players do segmento dão conta de um aumento da ordem de 20% nesta modalidade de uso. E até o final deste ano, eles devem movimentar quase R$ 100 bilhões.
A regulamentação do setor pelo Banco Central dá mais segurança a um arranjo de pagamento que já é usado há décadas pelos brasileiros e que tende a se expandir por sua capacidade de atender a população não bancarizada, por sua praticidade e pelo potencial para atender nichos e novas demandas, como o vale-cultura e o cartão para pagamento de serviços médicos e ambulatoriais. Para o varejo, representa a oportunidade de aumentar o mix de um estabelecimento sem necessariamente demandar mais espaço na loja.
Nos grandes centros urbanos, que já contam com ampla rede de captura, os pré-pagos são uma excelente alternativa para o pagamento de mão de obra temporária, como os promotores contratados para a Copa do Mundo, vendedores nas épocas de pico do varejo e mão de obra nas fábricas que operam com alta sazonalidade. O contratante carrega o cartão por meio de uma conta pré-paga, que pode ser administrada pela internet, sem o risco do manuseio do papel-moeda. Tarifas de uso, como recarga e saque, por exemplo, variam conforme a empresa emissora.
Para o usuário, uma das grandes vantagens do pré-pago é a segurança, pois ele pode ser usado como um cartão de débito ou crédito, dispensando o transporte de papel moeda. Trata-se de um diferencial importante principalmente para os 40% da população que ainda não tem conta bancária (segundo dados da FGV) e que estão mais vulneráveis a furtos e roubos.. Trata-se de um mercado potencial de R$ 665 bilhões por ano, que é a estimativa de volume transacionado por esse segmento, de acordo com pesquisa do DataPopular. O GSPP-Grupo Setorial de Pré-Pagos estima que a participação deste arranjo de pagamento respondeu por 4% do consumo privado em 2010, mas alcançará 10% em 2020. Os R$ 84,6 bilhões transacionados em 2012 alcançarão R$ 117,0 em 2017.Como funciona ??? Os cartões pré-pagos podem ser abertos (open loop), ou seja, aceitos em vários estabelecimentos, ou fechados (closed loop), quando só podem ser usados em determinada rede, como os gift cards. Nos dois casos, eles recebem uma quantidade de dinheiro que pode ser usada em compras na internet ou no mundo real. No caso do cartão de uso em uma única rede, há a vantagem adicional de que cada cartão pode ser usado em uma compra, eliminando o armazenamento e o hackeamento de dados.Sobre o GSPP – Criado em 2009, o GSPP é uma organização corporativa sem fins lucrativos que reúne empresas não financeiras e profissionais que trabalham com soluções de sistemas pré-pagos: companhias voltadas ao setor do varejo, com aplicações de cartões-presente, com processadores e emissores de cartões de vales-eletrônicos, cartões de fidelização, sistemas de pré-pagos de telecomunicação, serviços, emissores, processadores e ???program-managers???. O principal objetivo da entidade é fomentar a atividade no Brasil, trabalhando de forma articulada e propositiva para superar os obstáculos existentes e criar as condições para o fortalecimento do setor. Para tanto, atualmente o GSPP foca suas atividades em três temas: regulamentação do setor, modelos de negócios e informação ao consumidor.