Com 25 votos acima do mínimo necessário, a Câmara Federal decidiu dar prosseguimento ao processo de impeachment da presidente Dilma Roussef (PT). Agora o Senado deve definir em até um mês se afasta ou não a petista do cargo.   
Os 367 votos favoráveis ao impeachment refletem o êxito das negociações conduzidas pelo vice-presidente Michel Temer com partidos que integravam a base do governo até há poucos dias, o poder do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e a determinação da oposição, tudo isso impulsionado pela opinião pública majoritariamente contrária a Dilma.
Eram necessários 342 deputados para que a denúncia contra Dilma fosse admitida, de modo que houve uma folga de 25 votos pelo impeachment. Do lado do governo, foram apenas 137 votos contra o impedimento, além de sete abstenções.
Já antes do início da votação, os governistas admitiam ser “muito difícil” barrar o impeachment na Câmara, mas evitaram começar o jogo com um clima de ???já perdeu???, procurando mostrar esperança num placar apertado.
Mas a derrota foi se delineando, à medida em que os votos começaram a não corresponder aos listados na planilha construída após as articulações que envolveram diretamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva –chegaram a calcular que teriam cerca de 180 votos.