A execução de um projeto socioambiental para jovens de um distrito de Piracicaba (SP), nos próximos dois anos, está mobilizando representantes do poder público, privado, terceiro setor e da sociedade civil da região, que objetivam contribuir com a formação integral de estudantes do Ensino Médio, com ênfase na educação ecoprofissional, visando à transição para sociedades sustentáveis e o desenvolvimento local.
Essa construção coletiva do Núcleo Programa de Jovens – Meio Ambiente e Integração Social (PJ-MAIS) da Estação Experimental de Tupi está sendo coordenada por Instituto Florestal (IF), Instituto Auá e Laboratório de Educação e Política Ambiental (OCA/Esalq). A Maestrello Consultoria Linguística está colaborando nas áreas de Empreendedorismo, Literatura e Comunicação para a sustentabilidade.
“Nossa experiência com o Curso de Empreendedorismo, que foi ministrado voluntariamente para adolescentes novaodessenses em 2015, será útil para estimular a criatividade dos alunos. A metodologia do Projeto de Literatura promoverá o avanço deles em leitura, interpretação e produção de textos. E, através do nosso Jornalismo Ambiental, vamos divulgar a importância dessa capacitação para o ecomercado de trabalho da região piracicabana”, explicou a diretora executiva da statup educacional de Nova Odessa (SP), Ana Lúcia Maestrello.
O PJ-MAIS já formou mais de 2.500 estudantes de Ensino Médio e envolveu aproximadamente 500 mil pessoas ligadas direta ou indiretamente a eles. Com 20 anos de sucesso na Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo (RBCV), o programa está sendo proposto pela primeira vez para o interior do Estado.
Precursora do Empreendedorismo Socioambiental no Brasil, a agrônoma Ondalva Serrano deseja que, com esse engajamento local, seja possível estruturar uma equipe de vocacionais diversos para se obter um corpo técnico e educador interativo e complementar, capaz de consolidar o núcleo de Tupi e se constituir num polo irradiador das metodologias e oficinas de formação ecoprofissional por toda a região. “Pela energia estampada no rosto de cada um deles, tudo leva a crer que o nosso sonho vai se realizar mesmo. ?? muito prazeroso ver e sentir esse grupo se formando e atuando”, ressaltou a fundadora do Instituto Auá.
4ª Reunião do PJ-MAIS/Tupi
Na última terça-feira (5) foi realizado o 4º encontro do grupo gestor do polo de Tupi, na Escola Estadual Pedro de Mello, onde se encontra o público-alvo do projeto. A reunião ainda contou com a participação de representantes da associação de moradores do bairro e do diretor da instituição de ensino, Thiago Franco. Segundo ele, o programa tem tudo para ser um sucesso entre seus alunos e contará com o apoio dos professores. A associação também valorizou a iniciativa e colocou-se à disposição da equipe para estreitar sua relação com a comunidade local.
Os presentes estabeleceram que a formação seja voltada para 25 estudantes, em três dias por semana, das 13h30 às 17h. Além disso, uma carga horária para atividades fora do horto, alimentação, transporte e bolsa para os alunos foram sinalizados positivamente por todos.
De acordo com Ondalva, as oficinas de “Educação Integral” e “Consumo, Lixo e Arte” serão obrigatórias aos estudantes. A Comissão de Elaboração do Projeto, que se reuniu no último dia 17, também julgou fundamental a participação nas oficinas de “Produção e Manejo Agrícola e Florestal”, “Empreendedorismo” e “Transformação Local (para trabalhar os assuntos socioambientais que os jovens consideram importantes no contexto deles, relacionando-os às questões globais)”. Outras possibilidades de temas apontados ontem: “Turismo Sustentável”, “Agroindústria Artesanal”, “Bacias Hidrográficas”, “Cultura Socioambiental (que compreenderia o Método Maestrello, por meio da Literatura)” e “Educomunicação”.
“Tudo acontece por um motivo, e tenho motivos de sobra para que o projeto aconteça. Embora não apareça, não se veja, essa energia que se irradia do nosso grupo, a gente sente como fonte que alimenta a alma e fortalece o espírito”, enfatizou o aposentado Daniel Ferraz de Campos, que pretende colaborar com a Oficina de Consumo, Lixo e Arte.
De acordo com a responsável pelo Horto de Tupi e coordenadora PJ-MAIS local, Maria Luísa Bonazzi Palmieri, “o boneco do projeto deve ser concluído até o final do próximo mês, para que a Comissão de Captação de Recursos o apresente às empresas interessadas em patrociná-lo e inscreva-o em fundos de financiamentos a programas socioambientais, já a partir de setembro”.