Mais de R$ 2 milhões de reais. Esse é o valor estimado da fraude cometida por funcionários do banco Bradesco contra o idoso Paulo Soares Terra, de 83 anos. O então cliente teve sua assinatura falsificada e usada para contratar diversos empréstimos ilegítimos, além de saques ilegais de sua conta pessoal. Ele, que sofre de uma grave doença degenerativa no cérebro teve seu tratamento médico interrompido devido a falta de recursos.
O caso, infelizmente, reforça as quase incontáveis violações de direito do idoso. “Como o processo pode ser mais longo do que a vida, o idoso não tem estímulo para mover a ação. Sabendo da morosidade e dos custos envolvidos num processo, a grande maioria acaba fortalecendo a impunidade”, alega Nacir Sales, advogado da vítima.
De acordo com o profissional, o que diferencia esse caso dos demais é o valor. “Qualquer ato fraudulento deve ser punido. Mas, o valor de R$ 2 milhões de reais é realmente estarrecedor. No dia em que um banqueiro for preso porque traiu a confiança de um idoso, ou não cumpriu a lei que ordena ampliar a segurança sempre que o direito de um idoso estiver em risco, este problema terminará no país”.
Segundo Sales, além de reparar o dano ao senhor Paulo, essa ação tem um intuito muito maior. “Queremos chamar a atenção dos bancos e de todas as instituições que se aproveitam das dificuldades de um idoso para a gravidade desses casos. Será necessário que um idoso, doente, vá de bengala até o Ministério Público promover uma representação criminal contra um gigante financeiro para colocá-lo no seu devido lugar: o banco dos réus”, finaliza.
A representação criminal será apresentada ao Ministério Público do Estado de São Paulo, nesta terça feira, e tem como prova o laudo do perito judicial que constatou a falsidade das assinaturas. A perícia foi realizada por ordem do MM Juiz da 7a. Vara Cível de Osasco.