A ética política em coma

Política crítica,

A ética política em coma

28 de julho de 2017

Em risco está a espécie humana, reconheçamos. Ergamos em nosso fim as armas que nos restam, não as da morte, mas as da vida propiciadas por uma cultura milenar. Nosso belo planeta não merece ficar desertificado. Um milagre o pôs na justa distância do sol, proporcionou a vida por milímetros. Uma vida inteligente, que, porém, não significa voltada para o bem. E o mal que leva ao fim nos ameaça.
Donald Trump é um ditador que brinca de democracia. Blinda-se do sórdido esquema que urdiu com os russos. Deve demitir em agosto seu Secretário de Justiça  Jeffrey Sessions. Busca, também, um meio de livrar-se de Robert Mueller, consultor especial do FBI. O russo Vladimir Putin teria um “kompromat” (baú de revelações explosivas contra figuras públicas) contra Trump, seu servo,  é o que corre em Washington, verdade ou não. Para blindar-se, o déspota americano fará de tudo.
O Judiciário não se intromete nos atos do Executivo, ainda que insanos, em nome da divisão dos poderes, como no Brasil.
Os últimos fôlegos dos justos são a opinião pública e o impeachment. A primeira se converte em confrontos sangrentos de ruas, prisões etc. O segundo traumatiza qualquer nação por muito tempo, como se viu nos episódios de Nixon, Collor e Dilma. Gera antagonismos sociais, voltamos aos tempos narrados por Virgílio.
Maduro, antes de cair de, procura apoiar-se num arremedo de constituição. Feita “ad hoc” para seus desígnios de permanecer no poder de uma república falida e esfomeada, agarrado a barris de petróleo. Busca implodir a Assembleia Nacional, no qual a oposição tem maioria. Quem o ameaça? Trump, que ontem impôs sanções a treze venezuelanos e promete mais depois da “Constituinte”, eivada de vícios; poder constituinte “territorial”, “setorial”, por “setores eleitos da sociedade”. Coisa insólita no direito constitucional conhecido pelo mundo.
Em suma, o roto e o rasgado.
O mesmo se dá no Brasil. Os membros do Tribunal Eleitoral foram postos para livrar Temer; depois, substituídos os deputados da Comissão de Constituição e Justiça, para novos e dóceis ao planalto e evitar a queda do Presidente. Somente depois da denúncia o Presidente retomará as principais decisões, a exemplo da MP no caso da reforma trabalhista. Estamos paralisados.
Patinamos nós, pobres governados, num pântano moral. Como disse o jornalista Edward Luce, do “Financial Times”,  “A política é um jogo sujo, e as possas que jogam lama normalmente também estão cobertas por ela”.
Se não estamos cobertos pela lama e não jogamos o jogo sujo, emitamos com insistência e vigor nossas opiniões, por todos os meios possíveis, enquanto tentativas de salvar o futuro deste planeta.
Amadeu Roberto Garrido de Paula, é Advogado e sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.

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Política crítica,

A ética política em coma

28 de julho de 2017

Em risco está a espécie humana, reconheçamos. Ergamos em nosso fim as armas que nos restam, não as da morte, mas as da vida propiciadas por uma cultura milenar. Nosso belo planeta não merece ficar desertificado. Um milagre o pôs na justa distância do sol, proporcionou a vida por milímetros. Uma vida inteligente, que, porém, não significa voltada para o bem. E o mal que leva ao fim nos ameaça.
Donald Trump é um ditador que brinca de democracia. Blinda-se do sórdido esquema que urdiu com os russos. Deve demitir em agosto seu Secretário de Justiça  Jeffrey Sessions. Busca, também, um meio de livrar-se de Robert Mueller, consultor especial do FBI. O russo Vladimir Putin teria um “kompromat” (baú de revelações explosivas contra figuras públicas) contra Trump, seu servo,  é o que corre em Washington, verdade ou não. Para blindar-se, o déspota americano fará de tudo.
O Judiciário não se intromete nos atos do Executivo, ainda que insanos, em nome da divisão dos poderes, como no Brasil.
Os últimos fôlegos dos justos são a opinião pública e o impeachment. A primeira se converte em confrontos sangrentos de ruas, prisões etc. O segundo traumatiza qualquer nação por muito tempo, como se viu nos episódios de Nixon, Collor e Dilma. Gera antagonismos sociais, voltamos aos tempos narrados por Virgílio.
Maduro, antes de cair de, procura apoiar-se num arremedo de constituição. Feita “ad hoc” para seus desígnios de permanecer no poder de uma república falida e esfomeada, agarrado a barris de petróleo. Busca implodir a Assembleia Nacional, no qual a oposição tem maioria. Quem o ameaça? Trump, que ontem impôs sanções a treze venezuelanos e promete mais depois da “Constituinte”, eivada de vícios; poder constituinte “territorial”, “setorial”, por “setores eleitos da sociedade”. Coisa insólita no direito constitucional conhecido pelo mundo.
Em suma, o roto e o rasgado.
O mesmo se dá no Brasil. Os membros do Tribunal Eleitoral foram postos para livrar Temer; depois, substituídos os deputados da Comissão de Constituição e Justiça, para novos e dóceis ao planalto e evitar a queda do Presidente. Somente depois da denúncia o Presidente retomará as principais decisões, a exemplo da MP no caso da reforma trabalhista. Estamos paralisados.
Patinamos nós, pobres governados, num pântano moral. Como disse o jornalista Edward Luce, do “Financial Times”,  “A política é um jogo sujo, e as possas que jogam lama normalmente também estão cobertas por ela”.
Se não estamos cobertos pela lama e não jogamos o jogo sujo, emitamos com insistência e vigor nossas opiniões, por todos os meios possíveis, enquanto tentativas de salvar o futuro deste planeta.
Amadeu Roberto Garrido de Paula, é Advogado e sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.

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