O Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM) e o Centro de Referência da Mulher de Americana (CRMA), com apoio da Secretaria de Promoção Social, vão realizar diversas atividades visando a divulgação da Campanha ???16 Dias de Ativismo pelo fim da Violência Contra a Mulher???. Criada pelo Centro Global para a Liderança da Mulher, em1991, a campanha tem o objetivo de promover a discussão da política de enfrentamento à violência contra as mulheres e direitos humanos.

???O CMDM sempre faz ações nesta data, mas o trabalho de enfrentamento é permanente, acompanhado pelo Conselho e executado pelo Centro de Referência da Mulher. Em geral, a procura pelos atendimentos aumenta porque há maior divulgação e acesso às informações. Em média, são realizados 80 boletins de ocorrência por mês na Delegacia da Mulher. O Disque 180 também pode ser acionado???, disse a presidenta do CMDM, Léa Amábile.
 
Para discutir o tema, no dia 26 de novembro a procuradora de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo, Dra. Luiza Nagib Eluf, irá ministrar a palestra ???A paixão no banco dos réus???. O evento é gratuito e será realizado às 19 horas, no auditório Roxo do UNISAL (Centro Universitário Salesiano) – Campus Maria Auxiliadora, na avenida De Cillo, nº 3500, Parque Universitário.
 
No dia 29 de novembro, às 14 horas, será promovido o debate ???Afinal, o que querem as mulheres mesmo????, com a participação de estudantes, na FATEC. A atividade será ministrada pela presidente do CMDM, Léa Amábile, e pela conselheira Antonia Vicente Gomes.
 
???Com esse tema, vamos trabalhar a questão social das mulheres. Hoje, o que a gente discute é que as mulheres querem compartilhar as responsabilidades, o que a juventude pensa, é uma ação provocativa para que os alunos se manifestem também???, adianta Léa.
 
A Campanha ???16 dias de Ativismo??? conta com a participação de 1.700 organizações e 135 países, que realizam um conjunto de ações e manifestações públicas pelo fim da violência contra as mulheres e inclui várias datas significativas: 25 de novembro, Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher???; 1° de dezembro, Dia Mundial da AIDS; 6 de dezembro, aniversário do Massacre de Montreal: Campanha do Laço Branco ou Homens pelo fim da violência contra a mulher; 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
 
???A paixão no banco dos réus???
Luiza Nagib Eluf é procuradora de Justiça de São Paulo especializada na área criminal, e integra o Ministério Público Estadual de São Paulo desde 1983. Formada em Direito pela USP, tem uma trajetória de 30 anos lutando pelos direitos da mulher. Foi a primeira pessoa a escrever sobre crimes sexuais e passionais da ótica da mulher. Em seu livro A paixão no banco dos réus (Saraiva, 2002), aborda casos de assassinatos de mulheres que chocaram o Brasil, como os de ??ngela Diniz (1976), Eliane de Grammont (1981), Daniella Perez (1992), Sandra Gomide (2000), entre outros. Também é de sua autoria o livro de doutrina e jurisprudência Crimes Contra os Costumes e Assédio Sexual (editora Jurídica Brasileira, 1999), bibliografia única a respeito do tema que é utilizada como referência em universidades de Direito e Medicina por todo o Brasil. Além destes, escreveu os livros: Matar ou Morrer – o caso Euclides da Cunha (Saraiva, 2009); o romance Retrato (Conex, 2005); Brasileiro (a) é assim mesmo – Cidadania e Preconceito (Contexto, 1993, em coautoria com Jaime Pinsky).
 
Luiza colaborou na redação da lei 10.224 de 15 de maio de 2001, que tornou crime o assédio sexual no Brasil. Na administração pública, integrou Conselhos Estaduais e Federais de Entorpecentes, Direitos Humanos, Condição Feminina e Combate ao Racismo, além da Comissão de Reforma do Código Penal criada pelo Ministro da Justiça Maurício Correa, em 1991. Sua atuação colaborou para que o racismo, o preconceito e a violência contra a mulher passassem a ser considerados crimes no Brasil.