A cidade de Americana receberá de 8 a 10 abril o projeto “Diário Baldio: uma tragicomédia de máscaras”, que além de contemplar o público com o espetáculo Diário Baldio, abre a possibilidade de grupos e artistas da região entrarem em contato com a linguagem e processo de criação artística com máscaras por meio de oficina e também de discutirem sobre o tema “Que teatro fazemos no século XXI?”. Toda a programação será realizada no Fábrica das Artes (R. Dr. Cícero Jones, 146 – Vila Rehder, Americana ??? SP).
O projeto foi contemplado pelo edital Nº 02/2015 do Programa de Ação Cultural “concurso de apoio a projetos de circulação de espetáculo de teatro no estado de São Paulo”, da Secretaria de Estado da Cultura. Grupos teatrais e público de teatro das cidades de Piracicaba, Ribeirão Preto, São José dos Campos e Mogi das Cruzes já tiveram a oportunidade de participar do projeto que agora chega a Americana. O Barracão Teatro, que tem sede na cidade de Campinas (SP), encerrará o projeto em Cubatão na semana seguinte.
Oficina
A primeira atividade que o grupo promove em Americana será a oficina voltada a profissionais nas artes cênicas “A máscara e a dramaturgia do ator”, realizada na sexta (8/4) e sábado (9/4) pela diretora do Barracão Teatro Tiche Vianna. Artistas da cena entrarão em contato com as técnicas de utilização do corpo através das máscaras teatrais no primeiro dia e, no segundo dia, farão a construção da cena a partir das relações estabelecidas. A proposta é direcionada aos integrantes dos grupos que vem abrindo suas sedes ao projeto e também aberto a artistas locais e diversos coletivos da cidade. ?? necessário ter experiência em teatro para participar da oficina.
Na sexta-feira a oficina vai das 18h30 às 21h30 e no sábado das 15h às 18h. Serão disponibilizadas 20 vagas que serão selecionadas a partir de currículo e carta de intenção que deve ser enviada para o e-mail producao@barracaoteatro.com.br especificando no assunto do e-mail “Oficina Americana”. Os interessados na oficina devem enviar e-mail até o dia 6 de abril.
Debate
No sábado, 9/4, às 19h, os integrantes do Barracão Teatro trocarão ideias com artistas e grupos locais no debate “Que teatro fazemos no século XXI?”, que tem o objetivo de promover a reflexão sobre a relação do teatro que fazemos com o público do nosso século, onde a arte presencial do teatro compete com o mundo virtual. A proposta é refletir sobre como promover ações artísticas que exigem a presença física em um mundo que nos convida, cada vez mais, à ausência física.
Espetáculo
Fechando a passagem do projeto em Americana, o público poderá conferir no domingo 10/4 às 19h a peça “Diário Baldio: uma tragicomédia de máscaras”. O espetáculo conta a história do encontro entre Lady, um ser ambíguo, meio homem, meio mulher que habita o beco que invadiu quando se auto baniu de um mundo ordinário, e Cotoco, um grotesco bufão que a visita à revelia e revela que o novo mundo não é tão diferente do mundo do qual Lady tanto quer escapar. A peça conta com as atuações impecáveis dos atores Esio Magalhães e Gabriel Bodstein, direção de Tiche Vianna e trilha original de Marcelo Onofri e Ricardo Bottermaio. A dramaturgia foi criada a quatro mãos por Tiche Vianna, Esio Magalhães, Gabriel Bodstein e Guga Cacilhas. A direção de arte e figurinos é de Antonio Apolinário e a ambientação cenográfica ficou a cargo de Januário José Arquitetura. O espetáculo foi produzido como resultado projeto “Dramaturgias Contemporâneas ??? Da Cena ao Texto”, contemplado pelo Prêmio Myriam Muniz 2009, Ministério da Cultura/Funarte.
Diário Baldio nasceu do resultado de uma pesquisa anterior (dramaturgia da máscara), também contemplada pelo prêmio Myriam Muniz em 2006, quando o grupo estudava o que faz uma máscara existir independentemente de uma história. Partindo de nichos arquetípicos da cidade de Campinas, escolhidos pelos atores, o Barracão Teatro chegou a duas máscaras que foram colocadas em cena em um jogo tragicômico, entre dois seres excluídos de uma realidade eleita como a “oficial” para ser vivida com dignidade.
“Lady e Cotoco, duas máscaras que encontramos pelas ruas das cidades de grande movimento, nos divertem e nos revelam aspectos de nossas vidas que nem sempre somos capazes de ver.
Tratando-se de máscaras, o que propomos aqui não é o entendimento de uma história, mas a vivência de um mundo que está diante de nós e ao mesmo tempo nos envolve através das sensações que provoca. “, explica Tiche Vianna, diretora da peça.
Sobre o Barracão Teatro
Formado em 1998 como espaço de investigação e criação cênica, por Esio Magalhães e Tiche Vianna, o Barracão Teatro dedica-se à pesquisa da linguagem da máscara, do palhaço, da Commedia dell’Arte, da improvisação e do aprofundamento do trabalho de ator como veículo da expressão teatral. Ao longo de seus 18 anos de trajetória artística, somaram-se diversos parceiros. O Barracão Teatro, que tem sede na cidade de Campinas, conta hoje com um repertório de nove espetáculos, que apresenta por diversos estados brasileiros e no exterior, com apoio de editais e prêmios.