A CPI da Merenda foi protocolada na manhã desta quarta-feira, 11 de maio, na Assembleia Legislativa de São Paulo. Assinei o requerimento, junto com mais de 70 deputados, inclusive toda a bancada do Partido Verde, para se apurar e investigar o fornecimento de merenda escolar em todas escolas estaduais nos contratos firmados por cooperativas de agricultura familiar com o governo do Estado de São Paulo e municípios paulistas, além de eventuais ações de agentes públicos.
Como líder do Bloco Parlamentar, composto por deputados de dez partidos, tive a oportunidade de receber os líderes estudantis em meu gabinete e ouvir suas solicitações. Acredito que o caminho do diálogo é sempre mais produtivo. Sob pressão não dá pra analisar nenhum assunto com a clareza que necessita. Em seguida, liderei reunião do Bloco pela implantação da CPI, que promoverá uma investigação mais ampla e abrangente, envolvendo governo, Prefeituras, agentes públicos e incluindo unidades de ensino de todo o Estado, escolas técnicas estaduais e federais. Onde houve contrato com cooperativas vamos investigar.
De acordo com as investigações da Operação Alba Branca, do Ministério Público e da Polícia Civil, a Coaf (Cooperativa Agrícola Familiar) fraudou contratos com o Estado e com ao menos 22 municípios, mediante pagamento de propina a agentes públicos e políticos. A Alesp pretende ajudar a esclarecer essas questões com a instalação da CPI. A atuação dessa cooperativa precisa ser esclarecida, se houve algum prejuízo ao erário e se afetou o abastecimento de merenda nas unidades de ensino.
O Parlamento é um local de discussões e cumpro meu compromisso com a sociedade e com os estudantes de dar transparência aos assuntos referentes à fraude na merenda revelada pelo Ministério Público e Polícia Civil, aos contratos firmados pela Coaf.
Defendo uma investigação completa, uma CPI firme e séria nas investigações, que não seja partidarizada. Os deputados estaduais cumprirão o seu dever e com o trabalho da CPI será dada uma resposta para a sociedade. O que desejamos é que o assunto seja esclarecido e os culpados sejam punidos.
** Chico Sardelli é deputado estadual pelo Partido Verde