Artigo- Água: pela cultura da preservação

Política crítica,

Artigo- Água: pela cultura da preservação

3 de maio de 2015

Presidir o Simpósio Internacional Recuperágua ??? Conservação, Gestão e Recuperação da Água, promovido na Assembleia Legislativa em parceria com o Inadem (Instituto Nacional para o Desenvolvimento dos Municípios), foi uma grata experiência e dia de muito aprendizado com os técnicos e autoridades convidados para os debates sobre as alternativas técnicas e políticas em relação à crise hídrica. 

Uma das frases que gostaria de destacar foi feita pelo presidente da ANA (Agência Nacional de Águas), Vicente Andreu, que ele tinha ouvido recentemente de uma senhora: ???que a chuva não apague a memória da seca???. A mudança de comportamento em relação à falta de água deve ser permanente e não voltarmos a antigos hábitos de desperdício quando as chuvas recomeçam. 
Precisamos aproveitar todo aprendizado pelo qual passamos devido à escassez de água e substituir a cultura da abundância e os padrões de consumo, com a crença de que a água é um recurso barato e infinito, pela cultura da preservação. Os fatos atuais indicam o engano que cometemos e a própria natureza nos mostra que os recursos hídricos não são inesgotáveis.
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), quase dois bilhões de pessoas nunca tiveram acesso à água potável; algumas pessoas vivem com quatro litros de água por dia, quando o recomendável são 11 litros; e que cerca de um bilhão de seres humanos vivem sem energia elétrica. Outros dados: até 2030, terá de haver um aumento de 40% no fornecimento de água, e de 50% no fornecimento de energia.
A questão das perdas nas redes urbanas de água também foi abordada no simpósio. No total, 29,8% da água produzida pela Sabesp perde-se ou não é paga, sendo que a média nacional de perda de água gira em torno de 37%. O engenheiro Eric Cerqueira Carozzi, superintendente de Desenvolvimento Operacional da Sabesp, relatou que 14% dos vazamentos ocorrem nas redes e 80% nos ramais, que, na maioria das vezes, são remendados. Por essa razão, a Sabesp tem investido na troca da tubulação ao invés de no reparo. 
As experiências na Espanha para reúso do esgoto e na Colômbia, sobre a gestão do sistema de saneamento, enriqueceram muito os debates. A mobilização iniciada pela população, poder público e empresas deve continuar, enfatizou o secretário estadual de Recursos Hídricos, Benedito Braga. Para isso, é necessário manter a redução do consumo, realizar campanhas permanentes de informação, ensinar formas mais eficientes de consumo, utilizar instrumentos econômicos para a redução do consumo e incentivar o reúso na indústria. 
** Chico Sardelli é deputado estadual pelo Partido Verde

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3 de maio de 2015

Presidir o Simpósio Internacional Recuperágua ??? Conservação, Gestão e Recuperação da Água, promovido na Assembleia Legislativa em parceria com o Inadem (Instituto Nacional para o Desenvolvimento dos Municípios), foi uma grata experiência e dia de muito aprendizado com os técnicos e autoridades convidados para os debates sobre as alternativas técnicas e políticas em relação à crise hídrica. 

Uma das frases que gostaria de destacar foi feita pelo presidente da ANA (Agência Nacional de Águas), Vicente Andreu, que ele tinha ouvido recentemente de uma senhora: ???que a chuva não apague a memória da seca???. A mudança de comportamento em relação à falta de água deve ser permanente e não voltarmos a antigos hábitos de desperdício quando as chuvas recomeçam. 
Precisamos aproveitar todo aprendizado pelo qual passamos devido à escassez de água e substituir a cultura da abundância e os padrões de consumo, com a crença de que a água é um recurso barato e infinito, pela cultura da preservação. Os fatos atuais indicam o engano que cometemos e a própria natureza nos mostra que os recursos hídricos não são inesgotáveis.
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), quase dois bilhões de pessoas nunca tiveram acesso à água potável; algumas pessoas vivem com quatro litros de água por dia, quando o recomendável são 11 litros; e que cerca de um bilhão de seres humanos vivem sem energia elétrica. Outros dados: até 2030, terá de haver um aumento de 40% no fornecimento de água, e de 50% no fornecimento de energia.
A questão das perdas nas redes urbanas de água também foi abordada no simpósio. No total, 29,8% da água produzida pela Sabesp perde-se ou não é paga, sendo que a média nacional de perda de água gira em torno de 37%. O engenheiro Eric Cerqueira Carozzi, superintendente de Desenvolvimento Operacional da Sabesp, relatou que 14% dos vazamentos ocorrem nas redes e 80% nos ramais, que, na maioria das vezes, são remendados. Por essa razão, a Sabesp tem investido na troca da tubulação ao invés de no reparo. 
As experiências na Espanha para reúso do esgoto e na Colômbia, sobre a gestão do sistema de saneamento, enriqueceram muito os debates. A mobilização iniciada pela população, poder público e empresas deve continuar, enfatizou o secretário estadual de Recursos Hídricos, Benedito Braga. Para isso, é necessário manter a redução do consumo, realizar campanhas permanentes de informação, ensinar formas mais eficientes de consumo, utilizar instrumentos econômicos para a redução do consumo e incentivar o reúso na indústria. 
** Chico Sardelli é deputado estadual pelo Partido Verde

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