O Governo de São Paulo apresentou ontem, dia sete de outubro, o programa Água é Vida com o objetivo de reforçar a segurança hídrica e beneficiar mais de 2,1 milhões de pessoas em todas as regiões do Estado. Nas Bacias PCJ, o Governo Estadual promete investir na construção de dois reservatórios, que vão somar investimentos na monta de R$ 150 milhões.
O Programa será gerenciado pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente e está dividido em quatro eixos principais: “Águas Subterrâneas”, “Rios Vivos”, “Barramentos” e “Cooperação Técnica com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento”. No total, O Estado vai investir R$ 400 milhões em ações como perfuração de poços profundos em 120 cidades e revitalização de 3 mil quilômetros de rios ao longo de 260 municípios.
“O Governo de São Paulo soluciona problemas do presente e planeja soluções para o futuro em todas as áreas, e o meio ambiente é uma das principais”, afirmou Doria na solenidade de lançamento. “Temos que proteger as bacias, águas subterrâneas e os rios. Aqui não há conflito entre meio ambiente e agronegócio, estabelecemos diálogo e construção de propostas. O programa ‘Água é Vida’ é um exemplo disso”, reforçou o Governador.
Localização dos novos reservatórios ainda será confirmada pelo Estado, mas região já especula sobre prováveis locais
Os investimentos nas Bacias PCJ serão dentro do eixo barragens do programa. Procurada, a Assessoria de Comunicação do Estado e da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA) não confirmaram os locais em que serão construídos os dois novos reservatórios.
Porém, de acordo com o presidente do Conselho Fiscal do Consórcio PCJ e vereador do município de Rio Claro, Júlio Lopes, que esteve presente à ocasião, revelou que uma das barragens será levantada entre os municípios de Rio Claro e Ipeúna, no Rio Passa Cinco, e que a informação foi confirmada pelo secretário executivo da SIMA, Luiz Ricardo Santoro.
“É preciso planejar melhor o uso da água. Ter uma reserva hídrica é eficaz para que os municípios tenham fôlego maior em longos períodos de seca. Não será uma obra local, mas sim regional. Quando discutimos abastecimento de água é preciso levar em conta o curso dos rios, o que acontece numa cidade reflete em outra próxima”, comentou Lopes.
Outro município associado ao Consórcio PCJ revelou a localização do segundo reservatório, previsto pelo programa “Água é Vida”. A prefeitura de Indaiatuba informou que o superintendente do Serviço Autônomo de Água e Esgotos (Saae), Eng. Pedro Claudio Salla, esteve no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, durante o evento de apresentação do programa e confirmou que a cidade será beneficiada pelo Estado com a verba de R$ 70 milhões destinados para construção da barragem do Ribeirão Piraí, que envolve os Municípios que compõem o Consórcio Intermunicipal do Ribeirão Piraí (Conirpi), que são Indaiatuba, Salto, Itu e Cabreúva.
O reservatório do Piraí ainda vai necessitar de um aporte de mais R$ 15 milhões para a conclusão dos processos de desapropriação dos imóveis impactados pelo empreendimento, que será rateado entre as cidades que compõem o Conirpi.  O custo total da obra está estimado em R$ 130 milhões e é discutido há cerca de 20 anos.
Demais eixos de investimentos do Programa Água é Vida
No eixo Águas Subterrâneas, o Estado vai investir R$ 141 milhões para perfurar 138 poços tubulares em 120 municípios que não são atendidos pela Sabesp. Os locais já foram mapeados pelo Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) e também vão receber reservatórios de 200 mil litros, com entregas previstas para o primeiro semestre de 2022.
Já o Rios Vivos prevê a revitalização de cerca de 3 mil quilômetros de cursos d´água no período de um ano. A medida vai reforçar o abastecimento e ampliar melhorias na fluidez de rios e córregos, de forma a mitigar inundações.
O atendimento a 260 municípios deve começar no próximo mês de dezembro, sob investimentos de R$ 90 milhões. Esse eixo ainda prevê repasses estaduais de mais R$ 31 milhões na preservação de 40 mananciais e projetos de tratamento de esgoto.
Já a parceria entre as Secretarias de Infraestrutura e Meio Ambiente e de Agricultura e Abastecimento prevê a elaboração de uma resolução técnica conjunta para simplificar procedimentos do agronegócio e, simultaneamente, garantir proteção hídrica e ambiental no campo.
“Não podemos simplesmente ficar de braços cruzados e esperar apenas emergências e tomar medidas paliativas e corretivas”, afirmou o Secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente Marco Penido. “São Paulo está e estará preparado para enfrentar eventos extremos e para que possamos deixar às futuras gerações um estado e um país muito melhores, um país sustentável.”