À medida que o Dia das Mães se aproxima, uma das datas mais celebradas e lucrativas para o setor de alimentação, bares e restaurantes de todo o Brasil se preparam para um aumento significativo no faturamento. Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) revelou um otimismo palpável entre os empresários, com 77% dos estabelecimentos planejando abrir suas portas no segundo domingo de maio, dia 12. Destes, 78% esperam superar o faturamento do ano anterior, com a maioria (62%) projetando um aumento de até 20%.
Este otimismo está alinhado com a recuperação gradual do setor, que viu uma melhoria nas vendas em março e uma redução nos prejuízos. Eram 31% de empresas no vermelho em fevereiro, índice que caiu para 25% em março. Outras 40% ficaram em equilíbrio e 35% realizaram lucro. O índice Abrasel-Stone, que monitora o volume de vendas, registrou um aumento de 5,2% em março comparado a fevereiro. A opinião da maioria dos empresários ouvidos pela pesquisa corrobora o índice: para 52% o faturamento de março foi maior que o de fevereiro – apenas 22% disseram ter sido menor. “Há notícias boas, como o aumento nas vendas em março e a queda no número de empresas realizando prejuízo. Mas não podemos esquecer que este número ainda é extraordinariamente alto. Quase dois terços do setor não conseguiram obter lucro em março. E também temos situações que precisam de especial atenção, como a do sul do país, com uma crise humanitária por causa das chuvas”, destaca Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.
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A pesquisa, que ouviu 3.069 empresários entre os dias 22 e 29 de abril, também destacou o problema contínuo da inflação. Quase 57% dos entrevistados afirmaram que não conseguiram acompanhar o aumento inflacionário, que foi de 1,42% no primeiro trimestre do ano. Desse grupo, 40% não conseguiram reajustar seus preços de cardápio e 17% fizeram ajustes abaixo da inflação. Por outro lado, 34% conseguiram aumentar os preços conforme a inflação e apenas 9% ajustaram acima do índice.
O endividamento continua num patamar alto, semelhante ao dos últimos levantamentos, com 40% das empresas apresentando pagamentos em atraso. Entre estes, mais de dois terços (68%) devem impostos federais. Na sequência, 46% devem impostos federais, 38% têm parcelas de empréstimos bancários em atraso, 29% devem encargos trabalhistas/previdenciários e 27% estão em débito com serviços públicos como água, gás ou energia elétrica. “Temos de voltar o olhar para as empresas com problemas e botar para andar um plano de recuperação. É difícil para o empreendedor sair de uma situação de dívidas acumuladas e prejuízos recorrentes sem apoio”, conclui Solmucci.
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