“?? hora de mudar”. Foram com estas palavras que o Colegiado de Clubes apresentou suas propostas, nesta terça-feira, em São Paulo. Jogadoras, dirigentes e técnicos de Corinthians/Americana, Presidente Venceslau, Santo André, Sampaio Corrêa e América  – participantes da Liga de Basquete Feminino – se reuniram para mostrar ideias e sugestões para a melhoria do basquete feminino.  Ex-atletas e associação de jogadores também foram representados.
A reunião foi conduzida por Ricardo Molina, presidente do Corinthians/Americana, e um dos idealizadores da união dos clubes. Junto com ele, falaram Lais Elena e Antônio Carlos Vendramini, de Santo André e Corinthians/Americana, respectivamente, que vivem o esporte há mais de 40 anos. Além de Eurico Pacífico, do Sampaio Basquete, Valter Silva, do América-PE, e Amauri Dias, de Presidente Venceslau. Karla e Kelly discursaram em nome das jogadoras. Maranhão Basquete também faz parte do colegiado, mas não pode enviar representante. 
“Quero deixar bem claro que não queremos cargos na CBB, queremos apenas o bem do basquete feminino. Houve muita pressão para que este encontro não acontecesse de cartolas, federações,  mas estamos aqui para esclarecer e alinhar nossas propostas para fazer mudanças. Temos opiniões diferentes, é claro, mas o importante é o respeito e o amor ao esporte”, declarou Ricardo Molina.
A coletiva foi convocada para alertar o descaso da Confederação Brasileira de Basketball com o naipe feminino e apresentar soluções a curto prazo para evitar um vexame nos Jogos Olímpicos de 2016, disputado no Rio de Janeiro.
“Existem dois basquetes hoje em dia: o preocupado com o esporte e o preocupado com o dinheiro. Nos últimos dois, três anos, tivemos uma seleção com péssimos resultados dentro de quadra e estamos pagando o preço. Isto reflete nos clubes, na busca por parceiros e na sobrevivência do esporte. Seleção forte, clube forte. ?? fato, o que a Seleção faz reflete no mundo, no mercado, em tudo”, comentou Molina.   
“Pela 1ª vez, as atletas e os clubes estão unidos. As jogadoras são a razão de ser do esporte e não são respeitadas. Faz tempo. Tivemos participações pífias com a Seleção, mas temos talento, um baita time. Para mudarmos esta situação, basta dar condição de trabalho.  Vamos conquistar pela união, tratando o basquete como deve ser tratado”, opinou Antônio Carlos Vendramini.
Entre as propostas apresentadas estão:
1ª  – Que a Confederação Brasileira de Basquete aprove, de forma imediata, que os técnicos dos seis clubes que hoje disputam a Liga de Basquete Feminino componham o departamento técnico da CBB naipe feminino visando as Olimpíadas de 2016.
2ª –  Que a Confederação Brasileira de Basquete aceite, após a 1ª proposta, que os dirigentes destas seis equipes acompanhem onde serão alocados os recursos disponíveis da Seleção Feminina para as Olimpíadas.
 “O foco é total para as Olimpíadas. Estamos assumindo uma responsabilidade de estar juntos, com o peito aberto. Qual é o problema da CBB aceitar? Isto não conseguimos entender. Aguardamos que eles nos recebam para dar o ok para isto, em nome das jogadoras, não de nós. Das atletas”, encerrou Molina.