Após audiência de custódia, a Justiça decidiu hoje (23) pela manutenção da prisão do bolsonarista Ivan Rejane Fonte Boa Pinto, preso em Belo Horizonte por divulgar vídeos com ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ameaças de morte a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Segundo registros da audiência feita por videoconferência, Ivan Rejane disse que está sozinho em uma cela na enfermaria do presídio Nelson Hungria, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, por questões de segurança. E que está sendo “muitíssimo bem tratado”.
“Estou sozinho em uma cela na enfermaria do presídio, pois o Diretor da penitenciária achou mais prudente, já que tenho um canal na internet por meio do qual me pronuncio contra o uso das drogas, inclusive com uso de violência pelas forças policiais, o que causa animosidade com os demais presos, inclusive em razão da repercussão da minha prisão”, afirmou.
Ivan Rejane foi preso ontem (22) pela Polícia Federal, após determinação do ministro Alexandre de Moraes. Nas imagens que circulam nas redes sociais, ele disse que Lula deveria andar com segurança porque ele iria “caçar” o ex-presidente, a presidente da sigla, a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Marcelo Freixo (PSB-RJ), candidato ao governo do Rio de Janeiro.
O militante afirmou também nas gravações que irá “caçar principalmente” ministros do Supremo. “São os bandidos que tiraram ‘tecnicamente’ as condenações do Lula pra tentar fraudar as eleições. Nós temos que estar muito cientes disso. Querem fraudar as eleições. E vão conseguir uma guerra civil neste país”, disse.
“Eu sou um general. Pra esse vagabundo aí que pediu pra me prender, vem aqui me prender você. Vem aqui, tchutchuca (sic). Moleques como você eu como antes do café da manhã, no pré-treino”, completou.
Em abril do ano passado, por 8 votos a 3, o STF manteve a decisão do ministro Edson Fachin que anulou as duas condenações contra o ex-presidente Lula, proferidas pela Justiça Federal do Paraná. Com isso, Lula deixou de ser ficha-suja, o que lhe permite disputar eleições novamente.