Líder nas pesquisas eleitorais para presidente, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) representa certo risco à democracia e à civilidade. Valores como direitos humanos, direitos das minorias e políticas afirmativas correm sério risco em caso de eleição do militar reformado.
Sua vitória seria a vitória do senso comum raso, e o risco à integridade física de mulheres, em especial as mais pobres, o risco aos direitos das minorias (homossexuais e negros) estaria no mais alto grau. 
E talvez o maior risco seja à democracia como um todo, ao sistema de freios e contrapesos entre os poderes da república. 
No início dos anos 1990, o ainda novato deputado federal defendia o fechamento do Congresso Nacional. Bolsonaro faz a defesa do regime militar e tergiversa com relação aos crimes cometidos em nome do estado brasileiro. ‘Era uma guerra’, diz ele.
Talvez esse sentimento de ‘nós contra eles’ o empurre para abraçar esse senso comum raso.
E aí mora o risco. Não está fora do radar político uma inflexão militarizada em um eventual governo Bolsonaro. Ainda temos democracia nova (33 anos de presidente civil e 29 anos de voto livre para presidente). 
A democracia permite a participação de quase todos os cidadãos que cumprem certos requisitos, inclusive daqueles que pregam o fim da democracia. E, aparentemente, não existe como brecar esses grupos/pensamentos. E o paradoxo está posto.