A mamografia, tipo de exame das mamas que permite identificar doenças como o câncer, é o principal exame capaz de revelar tumores em estágio inicial, quando as chances de cura podem chegar a 98%.
Apesar dessa evidência, o Brasil ainda está longe de alcançar os índices recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que sugerem uma cobertura de 70% no rastreamento.

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No país, apenas 23,7% da população-alvo realiza mamografias, segundo o Observatório de Oncologia do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer.

Para entender tamanha baixa adesão ao exame, uma pesquisa divulgada em 2023 pelo Datafolha, encomendada pela Gilead Oncology, lista algumas das principais barreiras mamográficas no país:

● Desinformação e mitos: pesquisas apontam que 64% das brasileiras acreditam que o câncer de mama é essencialmente hereditário, quando, na realidade, apenas 5% a 10% dos casos têm origem genética.

● Idade e percepção de risco: cerca de 42% das mulheres jovens afirmam nunca ter feito a mamografia por se considerarem fora da faixa de risco. Contudo, embora o exame seja recomendado a partir dos 40 anos, casos em mulheres mais jovens também podem ocorrer.

mamografia

“O acesso à informação tem um papel muito importante nessa conscientização”, destaca o Dr. Afonso Nazário, líder da Mastologia do Hcor. “A baixa adesão à mamografia tem relação com crenças inverídicas ainda muito comuns, como a falsa relação entre o exame e o surgimento de câncer e o fator hereditariedade, que está ligado a apenas cerca de 10% dos casos.”

Nazário ainda pontua que a realização do exame é essencial a partir dos 40 anos de idade. “Mulheres mais jovens (entre 40 e 49 anos) têm sido diagnosticadas com câncer de mama cada vez mais cedo. Mesmo que não haja sintomas, a realização do exame a partir dessa idade tem um importante caráter preventivo”, destaca. “Também é importante continuar a realizar a mamografia após os 70 anos; esta faixa etária corresponde a quase 30% dos casos de câncer de mama”, enfatiza o médico.

Tratamento inovador em mamografia

No início deste ano, o Instituto de Pesquisa do Hcor (IP-Hcor), em parceria com a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), anunciou a realização de um ensaio clínico para atestar a eficácia da crioablação em relação à cirurgia mamária para o tratamento de câncer de mama inicial.

A crioablação é um tratamento pouco invasivo, que consiste no congelamento do tumor a -170°C por meio de uma agulha fina guiada por imagem, sem necessidade de cirurgia, internação ou anestesia geral. Denominado de Estudo SIX, o ensaio irá avaliar 750 pacientes com câncer de mama inicial com seguimento de quatro anos.

Em uma pesquisa clínica anterior realizada pelo Hcor em parceria com a UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) – estudo FIRST – foi avaliada somente a eficácia da crioablação. A técnica demonstrou ser capaz de eliminar até 100% dos tumores de câncer de mama menores do que 2 centímetros. Ambos os estudos (FIRST e SIX) são pioneiros com esta técnica na América Latina.

“Com o aumento da demanda por tratamentos no SUS (Sistema Único de Saúde), técnicas menos invasivas e com tempo de recuperação mais curto podem ajudar a desafogar o sistema público, reduzir filas e melhorar a qualidade de vida das pacientes”, finaliza Nazário.

 Sobre o Hcor

O Hcor atua em mais de 50 especialidades médicas, entre elas Cardiologia, Oncologia, Neurologia e Ortopedia, além de oferecer um centro próprio de Medicina Diagnóstica. Possui Acreditação pela Joint Commission International (JCI) e diversas certificações nacionais e internacionais. Em 2025, foi reconhecido como um dos melhores hospitais do mundo pelo ranking da Revista Newsweek, ficando em 6º lugar no Brasil.

Desde 2008, é parceiro do Ministério da Saúde no Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), o que proporciona que seu impacto em saúde esteja presente em todas as regiões do país.

Instituição filantrópica, o Hcor iniciou suas atividades em 1976, tendo como mantenedora a centenária Associação Beneficente Síria, que também conduz projetos gratuitos de saúde para população em situação de vulnerabilidade. Além do escopo médico-assistencial, o hospital conta com um Instituto de Pesquisa, reconhecido internacionalmente, que coordena estudos clínicos multicêntricos com publicações nos mais conceituados periódicos científicos. Conjuntamente, capacita milhares de profissionais anualmente por meio do Hcor Academy com seus cursos de pós-graduação, cursos de atualização e programas de residência e aprimoramento médico.

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