O escritor e jornalista campineiro Danilo Pessôa, 30, venceu o Prêmio Literário Internacional Castro Alves na categoria Poesia Nacional com a poesia intitulada “Luvas”. Esse foi o seu segundo prêmio literário e o primeiro de proporções internacionais recebido pelo autor.

O concurso foi organizado pela Academia Rio-Grandina de Letras, da cidade gaúcha de Rio Grande, e recebeu inscrições de contos e poesias em língua portuguesa. Ao todo, foram quase mil trabalhos inscritos do Brasil e do Mundo. O resultado foi divulgado na última sexta-feira (16) pelas redes sociais do concurso.

“É uma grande satisfação ter vencido um concurso com proporções internacionais. Isso me motiva ainda mais a continuar trilhando esse caminho da literatura, e a seguir produzindo poesias, contos e livros que toquem o leitor. Espero que essa conquista possa incentivar os jovens escritores de nossa região a seguirem com o seu sonho. Muito obrigado à Academia Rio-Grandina de Letras por essa premiação”, comentou o escritor.

Uma poesia sobre perdas

Para o escritor Danilo Pessôa, sua poesia “Luvas” fala sobre um sentimento muito comum a quase todos nós: a perda.

“Esse é um sentimento que todos nós estamos sentindo de alguma forma. Estamos vivendo uma pandemia que, infelizmente, nos fez perder amigos, familiares, amores. Perdemos também a vida e as liberdades que tínhamos antes. Ainda que sob uma perspectiva de uma relação que terminou, minha poesia é sobre isso: conviver com a dor de algo que não viveremos de novo”, disse.

Além de poesias, Pessôa também escreve contos e romances, incluindo dois e-books publicados no site da Amazon. O primeiro deles, intitulado “A Rainha de Gesso“, foi vencedor do prêmio de melhor livro de suspense pela plataforma Wattpad. Já o seu segundo livro, “Ela não é Beatriz”, é um suspense psicológico que se passa na cidade de Campinas durante os anos 80.

Confira a poesia vencedora na íntegra:

Luvas (Danilo Pessôa)

Você me tocou com essas luvas cor de melancolia. Não sei ao certo se foi você ou as luvas. Ou ambos. Tal como numa parceria.

Sei apenas que as luvas que hoje visto já foram suas, presente meu. E, se comprei, também foram minhas por um momento, ainda que soubesse que estavam destinadas a esquentar as suas mãos.

Visto a sua ausência, visto as luvas, outrora suas, apenas para sentir mais uma vez o seu toque. Incompleto. Ao meio. Não é seu. Assim como as luvas, que não são mais suas. E são.