Vinte e quatro professores serão homenageados com a Medalha Paulo Freire, entregue pela Câmara Municipal de Sumaré. A sessão solene de entrega acontece nesta quinta-feira (31), às 18h, no Anfiteatro Dirce Dalben, no Centro Administrativo de Nova Veneza (Avenida Brasil, 1.111). A Medalha Paulo Freire foi instituída pelo Decreto-Legislativo nº 452/2019, de autoria do presidente da Câmara Municipal de Sumaré, vereador Willian Souza (PT).
A lista das 13 professoras e 11 professores agraciados foi feita com a indicação dos próprios vereadores. Autor do decreto-legislativo e presidente da Câmara Municipal, o vereador Willian Souza (PT) indicou os professores Douglas Medina dos Santos e Luiz Carlos Gonçalves. Márcio Brianes (PCdoB) vai homenagear os professores Waldecy Floriano e Luiz Fernandes da Silva. Professor Edinho (Rede) escolheu Olívio Pazini Júnior e Lidiane Rodrigues dos Santos.
O vereador Sebastião Correa (PTD) homenageia Claudiney Mazetto e Ari Fernando Borsetti Junior. Ulisses Gomes (PT) entregará a medalha a Ana Cleonice Pereira da Silva e Sandro Oliveira Santana. Rubens Champam (PSDB) indicou Débora Arraes Rocha e Celia Maria de Carvalho Maia. Rudinei Lobo (Republicanos) sugeriu os nomes de Aline Costa Schibelsky e Edna Cristina Peracini.
O vereador Dudú Lima (Cidadania) vai homenagear Renan Eraldo Soeiro de Faria e Adauto Ribeiro Pelegrino. Ronaldo Mendes (PSDB) entregará a medalha a Eliene de Oliveira Menezes da Costa e Rejane Aparecida Cuzim. Ney do Gás (PV) indicou Francisco Morais Alves Ferreira e Renata Cristina Vicente. O vereador Valdir de Oliveira (DEM) prestará homenagem às professoras Marisilvia de Cássia Solon Ribeiro e Ivete Constante Fagiolo. Josué Cardoso (SD) entregará as medalhas a Maria Belintane e Rosilda Aparecida Damasio.
PAULO FREIRE
A medalha aos educadores de destaque de Sumaré leva o nome do personagem cuja vida e a obra foram marcadas por sua opção a favor dos oprimidos. Nascido em Recife, em 1921, Paulo Freire pôde, desde cedo, observar as dificuldades de sobrevivência das classes desfavorecidas. Talvez daí tenha vindo a sua indignação contra as injustiças e seu grande desejo: a transformação da sociedade que, segundo ele, devia ser menos autoritária, discriminatória e desigual.
A sua prática na educação, ou sua práxis educativa, como ele preferia chamar, foi sempre coerente com o seu sonho de democracia, desde os tempos de professor de escola, até aqueles em que passou a criador de ideias e métodos, os quais assistiu serem reconhecidos e divulgados pelo mundo.
A convite do governo João Goulart, Paulo Freire coordenou, no Brasil, o Programa Nacional de Alfabetização, usando o método de alfabetização criado por ele e que deveria atingir 5 milhões de adultos. Como o “Método Paulo Freire” não trata apenas de alfabetizar, mas também de politizar, os alfabetizandos eram levados a perceber as injustiças que os oprimiam e a necessidade de buscar mudanças, através de organizações próprias – o que fez com que passassem a ser identificados como ameaça.
Assim, o Programa foi extinto pelo governo militar em abril de 1964, menos de três meses após ter sido oficializado. Por ousar e colocar em prática uma metodologia capaz, não só de instrumentalizar a leitura e a escrita dos iletrados, ou dos alfabetizandos, como ele preferia chamar, mas de incitar a sua libertação, Freire foi acusado de subverter a ordem instituída e, depois de preso, teve que se retirar do país, seguindo o caminho do exílio. No Chile, escreveu sua principal obra: ???Pedagogia do oprimido???.
Depois de 16 anos de exílio, Paulo Freire voltou ao Brasil, em 1980. Lecionou em importantes universidades como a Unicamp e a PUC de São Paulo.
Em 1989, Paulo Freire assumiu, então, a secretaria de Educação da maior cidade do país, o Município de São Paulo. Seu mandato teve como marca a recuperação salarial dos professores, a revisão curricular e a implantação de programas de alfabetização de jovens e adultos.
Paulo Freire ganhou vários prêmios em todo o mundo, como reconhecimento da relevância de seus trabalhos na área da educação. Em abril de 1997, lançou seu último livro, “Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa”, e, em maio do mesmo ano, vítima de um infarto do miocárdio, Paulo Freire acabou falecendo. Em 2012, por meio da Lei 12.612, de 13 de abril de 2012, de autoria da Deputada Federal Luíza Erundina, Paulo Freire foi declarado Patrono da Educação Brasileira.