O setor da construção civil na região de Campinas não apresenta bons resultados para o primeiro semestre de 2017. Dentre as oito cidades pesquisadas, apenas três apresentaram saldo positivo em vagas com carteira assinada.

Paulínia, Campinas e Valinhos fecharam o semestre com índices de 6,43%, 2,65% e 1,18%, respectivamente. As maiores quedas ficaram com Piracicaba, 11,45%; Indaiatuba, 7,79%; e Limeira, 7,25%. Americana e Rio Claro também registraram índices negativos: -1,88% e -0,34%, em sequência.
Os dados são da pesquisa realizada pelo  SindusCon-SP em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE).
“Enquanto o governo não acertar suas decisões econômicas e políticas, não teremos horizonte para recuperar os investimentos e o emprego na construção”, explica o diretor da regional do SindusCon-SP em Campinas, Marcio Benvenutti.
“A inflação dos últimos 12 meses foi a menor desde 1999, e abaixo do piso da meta. Inflação baixa demais também é um risco e pode indicar uma economia fraca e desaquecida em razão do baixo consumo. ?? preciso cautela”, alertou Benvenutti.
No mês de junho, todas as oito cidades pesquisadas na região tiveram índices negativos (veja na tabela). Já em comparação com o mesmo período de 2016, em 12 meses, apenas Paulínia registrou alta, com 2,79%.
Nacional- O emprego na construção civil brasileira caiu 0,39% em junho na comparação com maio e chegou ao 33º mês de baixa consecutiva. No período 9.675 pessoas perderam seus empregos, o que diminuiu o estoque de trabalhadores para 2,457 milhões (em outubro de 2014, primeiro mês de variação negativa, o estoque era de 3,57 milhões). Na comparação com junho de 2016, a diferença é de – 11,37%. Desconsiderando os efeitos sazonais*, a queda é de 0,61% em junho (-15.113). A queda do nível de emprego na indústria da construção pelo 33º mês consecutivo é consequência da retração persistente dos investimentos de longo prazo, na avaliação de José Romeu Ferraz Neto, presidente do SindusCon-SP. “A crise política continua tirando o apetite dos investidores privados. E os investimentos do setor público seguem em declínio, com a baixa arrecadação motivando novos contingenciamentos nos orçamentos de governo”, comenta. Para o presidente do SindusCon-SP, continuar a trajetória de redução dos juros, fazer avançar as reformas, racionalizar os gastos públicos e impulsionar as concessões e as parcerias público-privadas poderão reverter este quadro no futuro. “Mas os sucessivos sobressaltos na esfera política dificultam a agilidade e a eficiência destas ações”, lamenta.