A CPI do BNDES estará na próxima semana nos Estados Unidos para apurar as transações da família Batista. A JBS S/A é investigada pela incorporação de empresas norte-americanas com recursos do banco brasileiro de fomento em atuações consideradas ilícitas.
O deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), presidente da CPI, explica que, na capital Washington, a Comissão Parlamentar de Inquérito se reunirá com autoridades do Departamento de Justiça, do Congresso dos Estados Unidos e da Security Exchange Commission (SEC), Comissão de Valores Mobiliários daquele país. As audiências acontecem nos dias 30 de setembro e 1º de outubro.
A CPI apura se o grupo J&F, dono da empresa JBS, celebrou negócios irregulares com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social no país norte-americano. Segundo Macris, as investigações revelam fortes indícios de que parte dessas operações financiadas pelo BNDES foram realizadas com transações acertadas da empresa com agentes públicos brasileiros, causando grande prejuízo à sociedade brasileira. “São negócios de bilhões de dólares com recursos do BNDES e que, ao que consta nas investigações, foram realizados de forma fraudulenta e com imenso dano para os brasileiros”, destaca.
Entre os negócios suspeitos estão as operações de incorporação da JBS com a National Beef Packing Co., a Smithfield Foods Inc., a Swift Foods & Co. e a Pilgrim’s Pride Corporation. Também há indícios de envolvimento da empresa Blessed Holdings LLC, com sede no Estado de Delaware, que seria de propriedade dos irmãos Joesley e Wesley Batista, sócios controladores da JBS, maior processadora de proteína animal do mundo.
Além de Macris, compõem a missão oficial o relator da CPI, Altineu Côrtes (PL-RJ), a primeira vice-presidente, Paula Belmonte (Cidadania-DF), autores dos dois requerimentos de missão oficial, e o procurador da República no Distrito Federal – MPF, Ivan Marx.
O prazo final para encerramento dos trabalhos de investigação e votação do relatório da CPI do BNDES é o dia 22 de outubro.