O PSDB deu início a um ciclo de seminários em que pretende apresentar nos próximos meses suas propostas para voltar ao poder em 2014, e o alvo das críticas tucanas nesta terça-feira (13) foi a Petrobras, que na avaliação do partido é vítima da gestão política do governo e precisa ser “salva” do PT. A estatal emitiu nota para rebater as críticas.
Esse é mais um dos movimentos do PSDB em resposta à movimentação da presidente Dilma Rousseff (PT), que desde o começo do ano tem costurado politicamente seu projeto de reeleição. O seminário apontou falhas na gestão da estatal, questionou o regime de partilha para exploração de óleo da camada pré-sal e a política de conteúdo nacional orientada pelo governo.
Segundo o PSDB, a Petrobras perdeu em dois anos 47,7 por cento do seu valor de mercado, e está sendo vista com desconfiança pelo mercado. A estatal reconheceu a perda de valor de mercado nesse período, mas questionou o valor apresentado pelos tucanos. “(Em) 2011, o valor de mercado da Petrobras era de 398 bilhões de reais e hoje 234 bilhões de reais, tendo uma perda de 164 bilhões de reais, perdendo 41,2% do seu valor de mercado”, disse a empresa em nota.
Os tucanos também criticaram a queda na produção de petróleo da empresa numa comparação entre a gestão do PSDB no governo federal, entre 1995 e 2002, e a gestão petista desde 2003. “Após registrar aumentos médios de 10 por cento na produção de petróleo entre 1995 e 2002, a Petrobras viu esse índice despencar para 2,4 por cento ao ano, desde que o PT chegou ao poder. Já a dívida líquida da empresa saltou de 26 bilhões de reais para mais de 130 bilhões entre 2007 e 2012”, diz um trecho do folheto entregue pelos tucanos no Congresso.
A petroleira, porém, contestou esse cálculo da queda na produção destacada pelo PSDB. “A produção de petróleo da Petrobras foi de 700 mil barris por dia em 1995 e chegou a 1,5 milhão de barris por dia em 2003. De 2003 a 2012, o patamar de produção de óleo da Petrobras elevou-se de 1,5 milhão de barris por dia para 2,0 milhões de barris por dia, e chegará a 2,5 milhões de barris por dia em 2016 e 4,2 milhões de barris por dia em 2020”, segundo a nota da estatal.
Sobre o aumento da dívida, a Petrobras argumentou que o mercado não considera essa questão um problema, tanto que a estatal não tem sofrido dificuldades para captar financiamentos. “A dívida líquida da Petrobras ficou em 148 bilhões de reais no final de 2012. Porém, isso não é visto como negativo pelo mercado. Pelo contrário, ao longo dos últimos anos, o aumento do endividamento veio acompanhado da redução do custo de captação da companhia e da melhora da avaliação de risco por parte das agências de rating”, disse em comunicado. (Reuters)