Uma das maiores preocupações dos últimos tempos em nosso País é o desemprego e, justamente nesse ano de 2015 esse problema está cada vez mais acentuado. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no último dia 9, apontam um crescimento de desempregados no trimestre de dezembro/14 a fevereiro último, com a taxa subindo para 7,4%. A anterior de 6,8% já era um aumento.

Essa é uma realidade que acompanho de perto. Convivo com demandas permanentes das comunidades onde atuo. São diversos trabalhadores em busca de recolocação no mercado.
O relatório “Perspectivas para o emprego e o social no mundo ??? Tendências para 2015” da OIT ??? Organização Internacional do Trabalho divulgado em janeiro último, já havia detectado um crescimento do desemprego no nosso País nos próximos dois anos. Segundo o levantamento, devemos atingir 7,1% agora em 2015 e 7,3% em 2016, com esse mesmo índice podendo se repetir em 2017. Diz ainda o documento que essa taxa está acima da média mundial e também dos índices médios na América Latina, Caribe e dos países do G20, grupo que reúne as principais economias do planeta, entre elas o Brasil.
Setores como montadoras, construção civil, comércio, serviços e têxteis são alguns dos que sentem a crise do desemprego na própria pele. São automóveis encalhados nos pátios das empresas, revendedoras que estão longe de vender como na época da taxa 0%, construtoras com o pé no freio e o comércio que não consegue se recuperar nem mesmo em datas comemorativas, como a Páscoa.
E por que chegamos a essa situação? Segundo analistas, a causa principal foram as medidas de ???ajuste??? econômico e da falta de investimento do governo federal no desenvolvimento da indústria e comércio, somando-se à nossa moeda desvalorizada. A conta é simples, sem emprego ou contenção de gastos não há consumo.
Empresas envolvidas na Operação Lava Jato paralisaram diversas obras pelo País e estão dispensando mão-de-obra. São centenas de demissões pelo País nos últimos meses ou atraso do pagamento de funcionários.
Está ruim e deve piorar. Especialistas acreditam que a taxa de desemprego deverá subir de forma mais significativa nos próximos meses. Um ex-diretor do Departamento de Emprego e Salário do Ministério do Trabalho disse a um jornal que o Brasil precisa gerar 1,8 milhão de postos de trabalho por ano para absorver a População Economicamente Ativa (PEA, que representa a força de trabalho). Estamos longe disso.
O que o governo federal faz para ajudar os demitidos, que ficam em situação ainda mais difícil com as mudanças nas regras do seguro-desemprego? Nada!
Na capital paulista, o governo do Estado dá uma boa contribuição com o programa de bilhete de metrô e trens gratuitos, por 90 dias, para ajudar os desempregados a se locomoverem para buscarem trabalho.
Em Brasília, acabamos de relançar a Frente Parlamentar Mista da Indústria Têxtil. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro reconheceu que o setor têxtil é uma área prioritária para o Brasil e irá nos ajudar a mediar junto ao governo a questão do regime diferenciado de tributação. Essa medida pode potencializar o setor, garantir mais empregos e a estruturação da confecção. Estamos muito confiantes em futuras boas notícias para esse setor.
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* Vanderlei Macris é Deputado Federal pelo PSDB-SP, membro da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara; da Comissão de Viação e Transporte e da Frente Parlamentar Mista da Indústria Têxtil e de Confecção.