Na foto Torquemada e Santo Inácio
As eleições de 2002 trouxeram para o Brasil o medo x esperança na versão de Regina Duarte. O PT ainda era virgem. Sem Mário Covas, Serjão e Luiz Eduardo Magalhães, Fernando Henrique havia desistido do ‘projeto de 20 anos’. Serra gastou muita energia para retirar do cenário Roseana Sarney e Tasso Jereissati. Alckmin tinha uma disputa pesada em São Paulo. E assim o PT venceu, enfrentando um discurso obscurantista.
O obscurantismo esteve em baixa em 2006, quando ‘bombaram’ os aloprados, o mensalão, o Bolsa Família e o Prouni. Deu-se o segundo turno e o medo das privatizações e as perdas dos programas do Neo Pai dos Pobres Lula levaram o eleitor a abandonar Alckmin, que não havia dito por que merecia o voto do eleitor.
Nas eleições de 2010, voltou à baila a discussão obscurantista com aborto, kit gay e religião. FH perdeu em 1985 por ter titubeado na pergunta se acreditava ou não em deus. Ao que parece, o eleitor brasileiro tem conseguido superar o obscurantismo no debate político. O candidato que encarnou o discurso medievo, Serra, caiu por terra porque aquilo não era seu pensamento. Por mais lógico que tenta ser, o discurso mais conservador soa exótico para a maioria do eleitorado. A população vê nos posicionamentos religiosos algo como o casamento de reis. Existem, mas somente como distração.
Para 2014, o PSC aposta que Marcos Feliciano venha a ser um campeão de votos na ebulição da polarização de um discurso de valores cristãos x mundo perdido tomado por gays e minorias. Os candidatos a presidente não parece vão adotar o embate mais obscurantista. Marina Silva é quem mais corre o risco de ficar escanteada com o debate religioso na política. Perderá muito se fizer isso.