Tomei conhecimento por meio de veículos de imprensa de Americana de texto escrito pelo servidor público que exerce o cargo de adjunto na Secretaria de Educação. Me senti no dever de trazer a verdade para os leitores.

A princípio, você pode discordar de mim pelo fato de ser um político, mas gostaria de pedir gentilmente que antes de formar sua opinião, pesquisasse outras fontes.
Tenho certeza que ficará surpreso quando reunir todas as informações e constatar que, na maioria das vezes, o que se tem propagado pela atual gestão não é verdadeiro.
Vamos aos fatos:
1 – O ???cancelamento das apostilas milionárias??? diz respeito ao material que era fornecido até 2014 pela empresa Mathema para 4.200 crianças de 4 e 5 anos com um investimento de R$ 1.285.700,00 (um milhão, duzentos e oitenta e cinco mil e setecentos reais), o que equivale a: R$ 306,12 por criança/por ano ou R$ 25,50 por criança/por mês, ou ainda, menos de R$ 1,00 por dia. Menos de R$ 1,00 por dia por um material que foi desenvolvido a partir das experiências da cidade italiana de Reggio Emilia, que é REFER??NCIA MUNDIAL na educação infantil. Um modelo que faz da criança a PROTAGONISTA de seu processo de CONHECIMENTO.
2 – Definitivamente, o Governo do Estado N??O possui material gratuito para essa faixa etária, portanto as crianças ficarão sem material de nenhum tipo.
3 – Segundo o texto destaca, ???o critério de substituição do material didático também foi alicerçado em parâmetros pedagógicos.??? Ora, parte da equipe que escolheu o material anterior e o utilizou por 4 anos ainda faz parte da equipe pedagógica. Estavam enganados antes ou estão agora?
Todos sabemos que essa foi uma decisão unilateral e não passou pela análise de nenhuma equipe, que dirá da Rede de Ensino, pois todos estavam em férias. Inclusive, em reunião realizada no dia 28 de janeiro de 2015, o próprio servidor afirmou que: ???Na verdade, esse critério pedagógico de início a gente nem considerou muito, a questão inicial foi economia. Cortar custos.???
4 – Outro ponto diz respeito à falta total de conhecimento do servidor quando afirma que ???o material didático apostilado da gestão anterior reduzia o aluno a mero expectador do conhecimento, desconsiderando sua heterogeneidade humana.??? A verdade é que o material trouxe PLANEJAMENTO à Rede. Com ele, as crianças têm um PONTO DE PARTIDA, um CAMINHO e um PONTO DE CHEGADA.
A afirmação do referido servidor demonstra sua enorme preguiça em ler os relatórios que comprovam o sucesso da implantação e estão disponíveis na Educação. Preguiça essa ressaltada por seu próprio chefe na apresentação do mesmo à equipe de diretores das unidades realizada no dia 29 de janeiro de 2015, onde descreveu sua postura como: ???O cara que passa o dia inteiro no Facebook. Ele vai ao banheiro, posta que vai. Volta do banheiro, posta que voltou???. Nas palavras do secretário.
Mas o que me trouxe maior temor foi sua afirmação no sentido de que: ???Cada aluno, cada comunidade e cada escola possuem particularidades. Deste modo é preciso partir do princípio de que o desenvolvimento da inteligência é determinado pelas ações mútuas entre o indivíduo e o meio (…)???.
Na reunião do dia 28 de janeiro, na qual estavam presentes dentre outros o editor desse jornal, o mesmo servidor afirmou que: ???Apostila é um negócio que é muito polêmico. Por quê? Ao mesmo tempo em que você cria parâmetro igual para a Rede toda, que dá pra você fazer critérios de avaliação para ver onde evoluiu mais, você acaba criando critérios homogêneos para trabalhar uma Rede que é totalmente diferente. Você usa o mesmo método para uma criança lá da periferia, lá do Jardim dos Lírios, e usa o mesmo método na Casa da Criança do Jaguari, por exemplo, que já é uma população de classe média, mais bem estruturada, você não consegue ter o mesmo critério de avaliação, porque são clientelas diferentes. Então a apostila muitas vezes acaba nivelando de um jeito que prejudica até. Então, tem teses e teses sobre isso.???
Aqui aproveito para convidá-lo a visitar unidades como Araúna, no Jardim dos Lírios; Carandá, no Mathiensen, e Aracy, no São Jerônimo, para citar algumas. Provavelmente se surpreenderá com o trabalho de diretores, professores e toda a equipe de apoio das Unidades da Educação Infantil, profissionais capazes que investem tempo nas crianças.
Também se surpreenderá com a capacidade intelectual dessas crianças. Na contramão do que o adjunto afirma, uma das grandes conquistas diz respeito ao fato de que todas as crianças, das 34 unidades tiveram acesso à mesma qualidade de ensino, independente de classe social ou localização geográfica. As crianças das EMEIs da nossa cidade tinham acesso até o ano passado a um material que é utilizado em mais de 70 escolas particulares pelo Brasil, como o Colégio Dante Alighieri, de São Paulo, onde os pais pagam mensalidades de R$ 3.000,00 a R$ 3.500,00. Nas nossas escolas era gratuito.
Qual é a política pública do novo governo pra Educação?
Na minha visão, um dos maiores erros na administração pública é interromper os projetos do governo anterior por pura birra.
Quando você refuta o trabalho que deu resultado no governo anterior, você não prejudica o político. Prejudica sim a todos os servidores que participaram da construção, que trabalharam, pesquisaram, dedicaram-se para que fosse alcançado um bom resultado. Mas, principalmente, prejudica a criança.
??s vezes é necessário só um pouco de humildade para admitir que seu antecessor teve acertos.
Finalizando, preciso que você, leitor, compreenda a informação abaixo e a utilize a favor de sua família.
As Prefeituras são obrigadas pela Constituição Federal a investir 25% da Receita Corrente Líquida na Educação. A previsão orçamentária da Educação em 2015 para o município de Americana é de R$ 140.988.000,00 (CENTO E QUARENTA MILH??ES, NOVECENTOS E OITENTA E OITO MIL REAIS).
Isso quer dizer que, ao contrário do que o novo governo entende, a economia na Educação não poderá refletir no cofre geral da Prefeitura.
O dinheiro da Educação N??O PODE ser utilizado para qualquer outro destino que não seja Educação.
Diante do orçamento, entendo que nossas crianças merecem o investimento. Afinal, nunca na história nossas crianças haviam tido acesso a um material de primeira qualidade como esse. Inclusive, nenhuma escola particular do município possui esse material.
Agora, como diz um amigo meu, chega de ???mi-mi-mi??? e vá trabalhar, fazer jus ao seu salário de adjunto que é de R$ 8.968,61. Esse sim, um custo para a municipalidade.

Luciano Corrêa, 44 anos, é vereador. Pós-graduado em Gestão Pública pela FGV (Fundação Getúlio Vargas)