Um novo intérprete de Jesus de Nazaré conduzirá o elenco do Espetáculo Via Crucis de Santa Bárbara d’Oeste, em 2019. A novidade foi apresentada à imprensa, autoridades e convidados no evento de lançamento da 22ª edição da encenação, realizado nesta terça-feira (29), no Tivoli Shopping, que revelou ainda os demais integrantes do elenco principal da encenação e lançou a 5ª edição da exposição itinerante “A Paixão em Cenas”.
 Neste ano, o Espetáculo será apresentado de 17 a 21 de abril, com pré-estreia no dia 16, sempre às 20 horas, com entrada franca, no novo pátio da Usina Santa Bárbara.
Segundo o secretário de Cultura e Turismo, Evandro Felix, a mudança ao revitalizado Pátio da Usina, no ano passado, contou com uma ótima recepção do público, sendo o palco do espetáculo uma das principais características do Via Crucis. “Nesta edição seguiremos com a encenação no Novo Pátio da Usina, que melhorou como um todo a infraestrutura do nosso espetáculo. Ele proporciona ao público uma nova forma de assistir o Via Crucis, que é de maneira frontal, algo valorizado no teatro”, explicou. “Agradeço ao prefeito Denis Andia por todo apoio dado e pela sua prontidão em oportunizar sempre o acesso à cultura e à arte a população barbarense e também às empresas da cidade e região pelo incentivo e investimento em responsabilidade social com nosso Município”, complementou Evandro. 
O presidente da Câmara Municipal, vereador Felipe Sanches, ressaltou a qualidade do espetáculo a cada ano. “A dedicação que a Administração Municipal, funcionários, organização, empresas e atores voluntários, entregam a esse Espetáculo é emocionante. Parabenizo os envolvidos e também os fotógrafos participantes desta exposição belíssima”, disse. “Para nós, do Tivoli Shopping, é uma alegria e uma honra muito grande receber novamente o lançamento do Via Crucis, um espetáculo de grande importância para Santa Bárbara d’Oeste. Começamos o ano de 2019 com o pé direito e essa é só uma das grandes novidades e eventos que teremos este ano”, frisou o superintendente do local, Gustavo Salvagnini.
Estiveram presentes os secretários de Governo, Rodrigo Maiello, de Esportes, Vinícius Furlan, de Saúde, Lucimeire Coelho Rocha, e de Controle Geral, José Eduardo Rodella, e o vereador Carlos Fontes.

Elenco e dramaturgia
Para chegar à definição de elenco, o diretor artístico, Otávio Delaneza, apostou nos jogos de improvisação e expressão corporal. A proposta foi deixar os atores livres para mostrarem suas habilidades. “Nos primeiros encontros foram feitos jogos teatrais para descobrir o material artístico e colocá-los nos personagens. ?? uma forma de democratizar as oportunidades de forma mais leve, sem a pressão dos testes”, ressaltou.

Escolhido para viver o protagonista do Via Crucis, o ator Gabriel Mazon, que há oito anos atua no projeto, viverá o maior desafio de sua carreira ao interpretar Jesus, vivido por seis anos consecutivos pelo ator Bruno Bortolucci.
Ele afirma que a experiência adquirida com outros personagens contará bastante para a nova composição. “Acredito que isso vai me ajudar muito na construção, na triangulação cênica e compreensão do personagem. Pretendo ressaltar o lado humano de Jesus, que sente medo e tem dúvidas de sua missão como Messias. Minhas referências serão filmes, a Bíblia e a orientação da direção”, adiantou.
Outra novidade no enredo, escrito pelo dramaturgo Denis Espanhol, é a narração do espetáculo, que será conduzida pelos personagens Cláudia e Pilatos. A proposta é estimular a reflexão da plateia sobre as disputas pelo poder e suas consequências. “O contexto é o conflito cultural e político naquele momento histórico. ?? a história de Jesus pela visão de duas pessoas ligadas diretamente ao poder. Pilatos poderia ter libertado Jesus, mas mesmo contra o pedido de sua esposa, fez uma opção política, que levou Jesus à crucificação. Escolhas políticas que destroem inocentes são tomadas até hoje”, apontou o dramaturgo.
Escolhida para dar vida à narradora, Bianca Vilibor retorna ao projeto após seis anos para viver pela terceira vez a personagem Cláudia, esposa de Pilatos. Integrante da encenação desde as primeiras edições, a atriz iniciou seu trabalho no Via Crucis ainda criança e atuou por muitos anos junto à sua família e ao seu marido, Renato Monaro, que conheceu durante a peça. De acordo com ela, Claudia se fez importante em um tempo em que as mulheres tinham ainda menos participação do que hoje.
“Não existem muitas referências sobre Claudia na Bíblia, mas alguns livros, filmes e documentários detalham a trajetória e a personalidade dela e é neles que estou focando pra construir essa personagem. A vejo como uma mulher forte, mas que sabia como e quando se colocar de forma assertiva”, apontou.
Já o papel de Pilatos caberá ao experiente Almir Pugina, que foi diretor do Via Crucis por oito edições. Em sua segunda interpretação como narrador da encenação (a primeira em 2015 como apóstolo João), ele afirma que desta vez a narrativa será diferente, já que será feita pelo algoz de Jesus. “Pilatos é rude, autoritário, interesseiro. Terei que mergulhar neste universo e buscar referências no lado obscuro da psiquê humana. Enquanto João era altruísta, Pilatos é egoísta, totalmente o oposto”, comparou.
Intérprete de Satanás, Vinicius Pestana afirma que o desafio será surpreender o público com uma apresentação mais humana, mais próxima de Jesus.  Já Brunna Oliveira será Maria de Nazaré, personagem que exige entrega e um misto de sentimentos. “Ela quer proteger o filho de toda a dor e, ao mesmo tempo, tem que entregá-lo para que possa cumprir sua missão. Pretendo enfatizar esse espectro de emoções”, destacou.
Usina Santa Bárbara
Palco da encenação pela primeira vez em 2018, a Usina Santa Bárbara permanecerá como sede das apresentações.  Segundo a coordenadora do espetáculo, Lays Ramires, a mudança trouxe uma grande transformação ao projeto e o objetivo é avançar ainda mais. “Viemos da tradição de levar sobretudo uma encenação de qualidade à população. Estamos trabalhando desde o primeiro dia útil de janeiro e o elenco está cheio de garra, o que nos instiga a melhorar a cada ano. Por mais parecida que a estrutura possa ser, a alma e a essência do espetáculo serão sempre novas”, destacou.  Já Otávio Delaneza apontou que o tom histórico da Usina favorece a ambientação das cenas. “Vamos criar novas estruturas para compor a cenografia e aproximar ainda mais a plateia do espetáculo”, adiantou.
As linhas especiais de ônibus que circularam pela cidade até a Usina Santa Bárbara, durante as apresentações do Via Crucis, estão mantidas.