A data não foi escolhida ao acaso: Getúlio entra em cartaz nesta quinta, Dia do Trabalho. O filme protagonizado por Tony Ramos, porém, não é uma cinebiografia do “Pai dos Trabalhadores”. O foco são os tensos dias que antecederam o suicídio do presidente Getúlio Vargas (1882 ??? 1954).
Conhecido por documentários como Pro Dia Nascer Feliz (2006) e Lixo Extraordinário (2010), o diretor João Jardim estreia na ficção filmando um dos momentos mais turbulentos da história republicana do Brasil: os 19 dias entre o atentado ao jornalista Carlos Lacerda, inimigo figadal de Getúlio Vargas, e a morte do estadista com um tiro no peito, em 24 de agosto de 1954. Getúlio acompanha a sucessão de fatos que culminou com o trágico desfecho: a malograda ação que feriu Lacerda e matou um major da aeronáutica, as investigações do crime que chegaram até parentes próximos de Getúlio e a Gregório Fortunato (chefe da guarda pessoal do presidente), a pressão de militares e da oposição pela renúncia do líder máximo do país, a resistência de colaboradores fiéis ao golpismo.
??? O que me encantou nessa história não foi falar do Getúlio, mas do Brasil, do que a gente é hoje. O filme é contemporâneo: ficou pronto em um ano de eleições e fala sobre a intimidade e a responsabilidade de quem está no poder ??? explicou o cineasta em entrevista concedida em São Paulo.