De acordo com o indicador divulgado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), a quantidade de empresas inadimplentes aumentou 5,28% em janeiro, em comparação ao mesmo período de 2016. Apesar disso, o crescimento do número de pessoas jurídicas negativadas no país perdeu força durante 2016 – em janeiro do ano passado, a variação anual havia sido de 13,52%.
Levando em consideração os dados das cinco regiões brasileiras, o indicador demonstrou que o Nordeste teve o maior avanço do número de pessoas jurídicas negativadas em relação a janeiro de 2016 (6,70%), seguido do Norte (5,39%), Sudeste (5,29%), Centro-Oeste (4,47%) e Sul (3,17%). No entanto, o Sudeste demonstra a maior concentração de dívidas registradas pelas empresas – 43,72% do total de registros do país pertence a empresas da região -, dado explicado pelo fato da região ter a maior participação no PIB brasileiro.
Segundo o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, o abrandamento no aumento da inadimplência mesmo em meio à crise tem um motivo: “Há dois movimentos diferentes acontecendo hoje no país. O primeiro é a redução da capacidade de pagamento das empresas, que tem a tendência de elevar o número de contas pendentes. O segundo é a restrição ao crédito, que reduz o estoque de dívidas limitando o crescimento da inadimplência. Este segundo tem prevalecido”, afirma.
Houve também aumento de 3,45% na quantidade de dívidas em atraso em nome de pessoas jurídicas, na comparação com janeiro de 2016. Ainda assim, o número também está em patamar baixo em relação à série histórica. Além disso, o indicador mostrou que o número de dívidas mais recentes em janeiro deste ano tem caído, enquanto o de dívidas antigas demonstra crescimento. O número de dívidas atrasadas em até 90 dias caiu -19,94%, enquanto pendências entre 1 e 3 anos aumentou 21,29%.
O número de empresas devedoras por setor indica que o segmento de serviços (que engloba bancos e instituições financeiras) teve a maior alta de empresas negativadas em janeiro de 2017 na comparação com o mesmo período do ano anterior (8,00%), seguido de indústria (4,78%) e comércio (4,12%).