(Reuters) – A prévia da inflação oficial brasileira subiu menos que o esperado em abril e foi abaixo do centro da meta do governo, no resultado mais fraco em pouco mais de sete anos e favorecendo reduções de juros mais agressivas pelo Banco Central.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 4,41 por cento em 12 meses até abril, contra avanço de 4,73 por cento no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. A meta oficial é de 4,5 por cento pelo IPCA, com tolerância de 1,5 ponto percentual, neste ano e no próximo.
Trata-se do nível mais baixo do IPCA-15 nessa base de comparação desde janeiro de 2010, quando subiu 4,31 por cento.
Na comparação mensal, o IPCA-15 subiu 0,21 por cento, sobre 0,15 por cento em março, também abaixo do esperado e na leitura mais baixa para abril desde 2006 (+0,17 por cento).
Em pesquisa da Reuters, as projeções eram de avanço de 0,27 por cento em abril sobre março e de 4,49 por cento em 12 meses.
“Aumenta a possibilidade de o BC ser mais agressivo no corte de juros. Ninguém esperava, um tempo atrás, que a inflação voltaria para a meta logo no primeiro trimestre”, afirmou o analista de inflação da consultoria Tendências, Marcio Milan, que ainda mantém a cautela e continua projetando novo corte de 1 ponto na próxima reunião do BC, em maio.
Segundo o IBGE, os grupos Transportes e Artigos de Residência tiveram queda nos preços, de 0,44 e 0,43 por cento, respectivamente em abril na comparação com março. Um dos destaques foi o recuo de 2,77 por cento nos preços dos combustíveis, uma vez que o litro da gasolina ficou 2,24 por cento mais barato e o do etanol, 5,48 por cento.