(Reuters) – As gigantes internacionais Vitol, Trafigura, Glencore e outras companhias são suspeitas de pagamento de propina a funcionários da Petrobras em um esquema de corrupção na área de trading da petroleira estatal com pagamentos ilegais de 31 milhões de dólares, disse o Ministério Público Federal nesta quarta-feira, em uma nova fase da operação Lava Jato.
De acordo com comunicado do MPF, há suspeitas de que Vitol, Trafigura e Glencore efetuaram pagamentos de propinas para intermediários e funcionários da Petrobras entre 2011 e 2014 nos montantes, respectivamente, de 5,1 milhões de dólares, 6,1 milhões de dólares e 4,1 milhões de dólares relacionados a mais de 160 operações de compra e venda de derivados de petróleo e aluguel de tanques para estocagem.
O valor total de propina investigado pela chamada Operação Sem Limites, 57ª fase da Lava Jato, inclui outras empresas não nomeadas pelo MPF, além das três gigantes, e os procuradores disseram que há evidências de que ao menos dois funcionários da Petrobras com envolvimento no esquema ainda estão em exercício.
???As provas apontam que havia um esquema em que empresas investigadas pagavam propinas a funcionários da Petrobras para obter facilidades, conseguir preços mais vantajosos e realizar contratos com maior frequência???, disse o MPF em comunicado.
???Esses negócios diziam respeito à compra e venda (trading) no mercado internacional de óleos combustíveis (produtos utilizados para geração de energia térmica em fornos e caldeiras), gasóleo de vácuo (produto intermediário utilizado na produção de gasolina e diesel), bunker (combustível utilizado nos motores de navio) e asfalto???, acrescentou.
Como parte das investigações, a Polícia Federal deflagrou operação para cumprir 11 mandados de prisão preventiva, 26 de busca e apreensão e seis intimações para tomada de depoimento, além de sequestros de imóveis e bloqueio de valores dos suspeitos, que não foram identificados de imediato.