(Reuters) – O furacão Matthew matou mais de 800 pessoas e desabrigou dezenas de milhares em sua passagem pelo Haiti nesta semana, antes de se abater sobre a Flórida nesta sexta-feira, deslocando-se com ventos uivantes na direção norte da costa do Atlântico dos Estados Unidos.
O número de mortos no Haiti, país mais pobre das Américas, subiu para ao menos 842 nesta sexta-feira devido ao recebimento de informações de áreas remotas e anteriormente isoladas pela tempestade, de acordo com cálculo da Reuters a partir de números de vítimas informados por autoridades.
O Matthew, ciclone mais forte a atingir os EUA desde que a poderosa tempestade Sandy golpeou o nordeste do país quatro anos atrás, motivou retiradas em massa ao longo da costa da Flórida, através da Geórgia e até a Carolina do Sul e a Carolina do Norte.
O presidente dos EUA, Barack Obama, incitou as pessoas a não ficarem complacentes e seguirem instruções de segurança diante da tempestade, que pode ser a mais severa a se lançar sobre o norte da Flórida em mais de 100 anos.
???Só quero enfatizar para todos que esse ainda é um furacão realmente perigoso, que existe potencial para o aumento da tempestade, perda de vidas e danos severos a propriedades???, disse Obama a jornalistas após encontro com autoridades de gestão de emergências.
O Matthew percorreu a península ocidental do Haiti na terça-feira com ventos de 233 quilômetros por hora e chuva torrencial. Cerca de 61.500 pessoas estavam em abrigos, segundo autoridades, após a tempestade levar o mar até vilarejos costeiros e frágeis, alguns dos quais só estão sendo contatados no momento.
Ao menos três cidades nos montes e na costa da parte ocidental do Haiti anunciaram dezenas de mortos, incluindo a aldeia agrária de Chantal, cujo prefeito disse que 86 pessoas morreram, principalmente quando árvores atingiram casas. Ele disse que outras 20 estão desaparecidas.