Há pouquíssimas dúvidas de que a chanceler Angela Merkel deve sair com a maioria dos votos nas eleições alemãs deste domingo. Na maioria das pesquisas, o partido de Merkel, a União, formada pelos partidos irmãos União Democrata Cristã e União Social Cristã (CDU/CSU) lidera com 36% das intenções de voto ante o Partido Social Democrata (SPD), do ex-presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, que aparece com 22% dos votos, em segundo lugar.
As campanhas na Alemanha foram bastante insossas e deixaram de levantar os principais pontos do debate, como o futuro econômico da Alemanha frente ao bloco europeu (um tema analisado profundamente na atual edição de EXAME) e os investimentos de Angela Merkel em defesa.
Mas esses, e outros pontos, devem vir à tona no pós-campanha. Sobram dúvidas sobre como Merkel irá formar uma maioria e compor sua coalizão, necessária para governar o país.
O próprio SPD, atualmente, é parte do governo de Merkel, compondo a ???grande coalizão??? que comanda a Alemanha. Nas últimas eleições, a União conseguiu 41,5% das intenções de voto, acima dos esperados 36% deste ano. Logo, o partido precisará do apoio de outras legendas para continuar no poder.
Na Alemanha, vigora um sistema eleitoral de representação proporcional mista e, geralmente, o partido mais votado no sistema de representações elege seu líder como chanceler.
?? uma prerrogativa, mas não é uma regra. Em 1969, o SPD conseguiu eleger Willy Brandt como chanceler ao negociar a ???coalizão social-liberal??? com o Partido Liberal Democrata (FDP), embora a União tenha sido o partido com mais votos.