Quem vê Marissa Martinez no palco de um show da banda de grindcore Cretin pode imaginar que ela é só mais uma mulher que venceu as barreiras do preconceito e conquistou seu espaço com a guitarra em punhos e os agressivos vocais guturais. E está certo. Em termos. Marissa é sim uma mulher liderando uma banda de metal extremo, em um ambiente amplamente machista e muitas vezes preconceituoso. O detalhe é que, há apenas cinco anos, Marissa era um cabeludo e barbudo, chamado Dan. A norte-americana de 37 anos se declara a primeira transexual do metal extremo ??? pelo menos, a primeira a abrir o jogo em relação ao tema. Em 2007, Dan resolveu passar a Marissa, pondo fim a anos de sofrimento e negação que vivia na vida pessoal, que não a permitia ser o que ela chama de “eu mesmo”. O longo processo de transformação, que envolve cirurgias, tratamento hormonal e psicológico, foi vencido. Uma coisa, no entanto, permanece a mesma, a sua dedicação à banda. De saia, decote e maquiagem, mas com os mesmos vocais guturais de outrora, a novidade é o apoio de antigos e novos fãs e até cantadas dos mais atirados.