O Museu Paulista, mais conhecido como Museu do Ipiranga, foi reaberto para recebimento de visitas após 9 anos de fechamento ao público, que ocorreu em 2013. Agora, o novo museu que conta a história da Independência do Brasil dobrou de tamanho e poderá receber até 12 exposições simultaneamente, inclusive exposições temporárias, visto que o espaço expandido ganhou refrigeração, o que ajuda na manutenção dos acervos.

Além do prédio original, em estilo neoclássico, que foi totalmente restaurado, o espaço externo ganhou nova roupagem com a recuperação da paisagem, da fonte central, e a reconstrução de duas outras fontes, as quais faziam parte do projeto original, tendo sido destruídas na década de 1970. A iluminação das vias públicas e as vias de acesso do parque também foram totalmente requalificadas.

Um novo anexo foi construído, medindo cerca de 6,8 mil m², com entrada integrada ao jardim francês, onde agora localiza-se o auditório para 200 pessoas, uma grande sala para  exposições temporárias, com 900 m², além de lojas, café e salas educativas. Dentre as melhorias tecnológicas, o museu conta com um novo sistema de prevenção de incêndios, algo implementado no projeto mais recentemente, após o incêndio do Museu Nacional, no Rio de Janeiro – um sistema de segurança inteligente, que também auxilia na manutenção e conservação do acervo.

Todo o espaço, interno e externo, recebeu adequações de mobilidade, que já era uma exigência no projeto de reforma, apresentado em 2012. Ainda, várias salas contam com descrições em braile das obras, e diversas são interativas e olfativas.

A reforma do Museu Paulista

Um projeto de reforma estava sendo analisado pelo Governo do Estado de São Paulo e pelo Iphan desde 2012, e já previa uma reforma feita em etapas mais espaçadas. Mas uma suspeita de problemas que atingiam toda a estrutura da instituição, risco de desabamento do forro e graves infiltrações forçaram o fechamento às pressas do espaço, que ficou sem acesso público desde então.

O prédio que abriga o museu foi construído em 1892 e nunca tinha passado por uma reforma total. A falta de verba para realizar a manutenção adequada do espaço resultou na degradação do espaço. Após o fechamento, novos projetos foram acrescentados e toda a análise predial foi feita, bem como o deslocamento do acervo do espaço para outros prédios. Lembrando que o Museu do Ipiranga é tombado pela União, pelo Estado e pelo Município de São Paulo, então todas as alterações devem ser aprovadas por todos os órgãos referentes, visto que as características principais do prédio devem ser mantidas.

Foi somente em 2018 que conseguiu-se uma empresa para gerir oficialmente e executar a obra, além da liberação da verba para a reforma toda. A previsão orçamental no início era de que seriam investidos até R$ 100 milhões na reforma, porém o valor final ficou em cerca de R$ 235 milhões, que foram obtidos por meio de recursos públicos do Governo de SP, pela Lei Rouanet e por investimentos privados sem incentivo fiscal.

Durante as obras, que não pararam nem mesmo durante a pandemia do Covid-19, foram encontrados diversos artefatos que foram incorporados ao acervo do museu, como partes de louças coloniais, ossos de pessoas e animais e diversos objetos de uso pessoal.

O Museu Paulista fica localizado no bairro do Ipiranga, um dos bairros mais antigos de SP, também criado em decorrência da independência do país. É um bairro residencial muito tranquilo e com ofertas muito boas de transportes e serviços. Para quem vai visitar a cidade, é fácil encontrar locais para alugar ali perto, bem como, se o interesse é residir perto de um local histórico, existem diversas casas e apartamentos à venda no Ipiranga.

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